Sarney quer PMDB participando efetivamente do governo
O presidente do Senado, José Sarney, disse nesta segunda-feira (17) que o desejo de grande parte da bancada do PMDB é de que o partido -tenha condição de construir uma participação dentro do governo-. O partido, segundo o senador, deseja participar da formulação das políticas públicas a serem implementadas pelo governo.
- Não se pode deixar o PMDB de fora numa hora que se tem como prioridade as causas sociais, sendo o PMDB o partido das causas sociais, que abrigou todos esses homens que hoje formam outros partidos. O MDB foi a célula mãe de todos os partidos que hoje estão no poder. Essa é a nossa tese e tem grande repercussão dentro do partido - disse.
Sarney disse ainda que a mensagem lida na abertura dos trabalhos do Congresso Nacional pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi conciliatória ao pedir ao Congresso uma parceria na votação das reformas que o Executivo pretende empreender. Sarney acredita ser possível aprovar ainda neste ano, se houver vontade política, duas ou três reformas propostas pelo Executivo. As principais reformas almejadas pelo Executivo são a previdenciária, a tributária e a política.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que visitou Sarney no gabinete da Presidência, disse que a presença de Lula no Congresso no início dos trabalhos da 52a Legislatura inaugura um modelo novo de relação institucional do Executivo com o Legislativo.
- A simples vinda do presidente, quando a tradição não manda, é uma demonstração de boa vontade nesse momento que o Congresso precisa aprovar as reformas que a sociedade quer. O PMDB quer ajudar na aprovação das reformas, quer colaborar com a governabilidade e está disposto a colaborar com o país - disse.
Grampos
Ao ser questionado sobre a possibilidade de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o caso dos grampos telefônicos que envolvem o nome do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), O presidente do Senado afirmou que a competência para investigar tudo o que diz respeito a crimes comuns possivelmente cometidos por senadores ou deputados é do Supremo Tribunal Federal (STF).
- Esse caso está em processo de investigação e não podemos nos antecipar a isso. A competência não é nossa, é do Supremo - afirmou.
17/02/2003
Agência Senado
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