Dissidentes do PMDB têm restrição em outras siglas



Dissidentes do PMDB têm restrição em outras siglas Dirigentes regionais do PPS e do PDT revelam que os dissidentes do PMDB gaúcho deverão enfrentar restrições para se reacomodarem em novas siglas até cinco de outubro, prazo legal de filiação para quem pretende concorrer à eleição de 2002. O presidente estadual do PPS, Arnóbio Mulet, afirmou que “o partido não pode acolher o setor que deu sustentação ao governo passado e ao modelo neoliberal praticado no País através das privatizações”. Ele disse ter recebido telefonema de integrante do grupo ligado ao ex-governador Antônio Britto na sexta-feira, anunciando a disposição de migrar para o PPS. A defesa do processo de privatizações implantado no Estado pelo governo anterior pode inviabilizar a migração em bloco dos peemedebistas, criando dificuldades principalmente para aqueles mais próximos de Britto. “Os deputados estaduais Berfran Rosado e Mário Bernd e o senador José Fogaça são bem-vindos para compor a aliança de centro-esquerda que defenderá a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República e a de Bernardo de Souza ao Palácio Piratini”, citou Mulet. Bernd e Berfran foram procurados pelo presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, em recente passagem por Porto Alegre. O partido também já havia declarado, há seis meses, sua disposição em abrigar Fogaça. Freire garantiu que a legenda não irá impor nomes para formar a aliança no Estado, porém, salientou que a prioridade do PPS é a aproximação com PDT e PTB. O presidente regional do PDT, deputado federal Airton Dipp, destaca a divergência histórica entre os dois partidos em relação às privatizações como um entrave natural à migração e acrescenta outro questionamento: “os dissidentes terão que demonstrar até onde serão capazes de flexibilizar, porque a base eleitoral do PDT não abrirá mão da cabeça-de-chapa na disputa ao Governo estadual”. Na avaliação do presidente regional do PTB, deputado Iradir Pietroski, os dissidentes sinalizam uma nova postura ao tomarem a iniciativa de buscar outras legendas. “Se o grupo do PMDB está nos procurando é porque não vem como patrão e sim para defender o interesse da cidadania”, analisa. Ele acredita que as diferenças programáticas entre o grupo do PMDB e os demais partidos não comprometem a criação da nova força política. “A ingratidão do PT com Leonel Brizola fará com que o PDT supere as divergências que mantinha com o PMDB no Estado”, prevê. Gaúchos desistem de feiras nos Emirados Empresários gaúchos que participariam de duas feiras nos Emirados Árabes - uma de calçados, que começa amanhã, e outra de móveis com início previsto para 3 de outubro - estão reavaliando a determinação de expor seus produtos na região, em razão da perspectiva de conflito no Oriente Médio, como resposta dos Estados Unidos aos ataques terroristas a Nova York e Washington dia 11 de setembro. Das seis empresas brasileiras que participariam da feira calçadista Al Hida a & Leather Expo, que começa nesta terça-feira em Sharjah, nos Emirados, apenas a marca gaúcha Piccadilly, pertencente à Almiro Grings & Cia Ltda, de Igrejinha, estará presente. “Antes destes acontecimentos já havia sido programada a participação de um representante nosso, posição que está mantida”, afirmou Maribel Lanius, gerente de marketing da empresa. As exportações dos calçados femininos sintéticos Piccadilly se concentram para a América Latina. Contudo, desde o ano passado, a empresa começou um trabalho para ampliar os mercados no Oriente Médio, tanto que já participou da edição anterior da feira Al Hida'a & Leather Expo. As demais indústrias nacionais que estariam na edição deste ano - Beira Rio, Dumond, Klin, Dakota e Itapuã - desistiram da investida devido ao risco e à perspectiva de fraco movimento comercial, conforme nota divulgada pela Couromoda, que juntamente com a Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados), estava coordenando a montagem do estande coletivo. Moveleiros gaúchos que estariam expondo seus produtos entre 3 e 7 de outubro na feira Index, em Dubai, nos Emirados Árabes, estão também se readequando à nova situação. Um exemplo é a Móveis Schuster, de Santo Cristo, que está negociando com a D'Italia Móveis Industrial Ltda, para que o representante desta empresa de Bento Gonçalves coordene os contatos de ambas companhias. “Vamos expor porque os produtos já estão lá”, informou Gerson Miguel Lauermann, assessor gerencial da Schuster. No fim de agosto foi embarcado rumo a Dubai um contêiner com os produtos das sete empresas gaúchas participantes da Index. As perspectivas, porém, não são muito animadoras. “Se os expositores estão com medo, imagina os clientes”, disse Lauermann. Esta seria a primeira investida da Schuster fora do Mercosul, já que a empresa começou a exportar neste ano, direcionando seus produtos à Argentina e ao Uruguai. O temor em torno da reação dos Estados Unidos levou a própria D'Italia Móveis a recuar na disposição de enviar um diretor para representar a empresa na feira, deixando a cargo da representante da área de exportações, que está na Holanda, decidir se irá ou não até Dubai. “Parece que ela está disposta a ir, mas recomendamos cuidado adicional”, informou a diretora administrativa, Silvana Valduga Capoani. A companhia, que faturou R$ 18 milhões em 2000, destina entre 40% e 45% da sua produção ao mercado externo, com destaque para Argentina, Estados Unidos e América Central. Apesar de a participação do Oriente Médio ser ainda pequena - inferior a 5% das exportações - há uma grande expectativa em torno do potencial daquele mercado. Por outro lado, a Móveis Carraro S/A mantém a disposição de participar da feira, informou Jussara Civardi, coordenadora de exportação. “Temos grande interesse em começar a exportar para o Oriente Médio, e a feira será importante para desenvolver aquele mercado”, afirmou Jussara. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS), que está apoiando a participação dos empresários gaúchos na Index, mantém contatos quase que diariamente com a Câmara de Comércio Árabe e com os promotores da feira para saber sobre as condições e a segurança para o evento, informou Ana Cristina Schneider, técnica da área internacional do Sebrae/RS. “A informação é de que as atividades seguem normais e de que os Emirados Árabes não devem ser atingidos pelo conflito por terem grande concentração de americanos”, disse Ana Cristina. Congresso de Química inicia hoje na Capital Começa hoje em Porto Alegre o 41º Congresso Brasileiro de Química, promovido pela Associação Brasileira de Química. O evento ocorre paralelamente à Expoquímica 2001, no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael. O tema central do encontro, que se estende até quinta-feira, será A Oleoquímica Integrada com o Equilíbrio Ambiental, abordando a importância deste processo para a economia do Rio Grande do Sul, especialmente na área dos óleos vegetais. A conferência de abertura será às 9 horas, no auditório Itapema, com o professor Otto Gottlieb, indicado para o prêmio Nobel de Química pela comunidade científica brasileira. Às 10 horas, no mesmo auditório, será realizada a palestra, O Pólo Oleoquímico do Rio Grande do Sul, com a professora Luciana Serafini, da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O congresso reúne profissionais da área química de todo o Brasil, e também participam palestrantes da Argentina, Uruguai, Canadá, Austrália e Estados Unidos. Além da oleoquímica, temas como resíduos industriais, gestão das águas, responsabilidade ambiental, transporte de produtos químicos e o comportamento do mercúrio no meio ambiente serão abordados pelos participantes, entre outros assuntos. Fazem parte do encontro ainda a XIV Jornada Brasileira de Iniciação Científica em Química, o IV Encontro de Química Profissionalizante, a II Feira de Projetos de Química e a IX Maratona Científica de Química. Situação dos EUA afeta Aeromot A Aeromot Aeronaves e Motores S/A e a Aeromot Indústria Mecânica-Metalúrgica Ltda, de Porto Alegre, deixaram de receber US$ 150 mil em insumos desde o atentado terrorista dos Estados Unidos. Os materiais aeronáuticos não foram entregues devido ao fechamento dos aeroportos norte-americanos. “A interrupção no fornecimento atrasou a produção dos motoplanadores em cerca de três semanas. A situação pode prejudicar futuras encomendas de países europeus”, afirma o presidente do Grupo Aeromot, Cláudio Barreto Viana. O empresário explica que o custo alto do capital de giro no País faz com que cada vez mais as empresas trabalhem com o sistema de just in time, que é baseado na entrega contínua do material para manter o mínimo em estoque. A maior parte das peças, rádios e motores dos planadores fabricados pela Aeromot são oriundas dos Estados Unidos. Entretanto, Viana acredita que o transporte aéreo de cargas deve ser normalizado em pouco tempo. Na sexta-feira, parte dos insumos encomendados pela empresa foram embarcados do aeroporto de Miami. No entanto, em Nova York as operações ainda estão com problemas. “Os norte-americanos são eficazes em tomar medidas para que a economia do país não seja abalada, e é notório que quanto mais cedo a exportação for normalizada, menor será a perda”, destacou o engenheiro. Ao contrário do que está ocorrendo no setor de aviação civil, que já vinha passando por momentos difíceis, cujo cenário agora se torna ainda mais conturbado com o ataque aos Estados Unidos, a expectativa de Viana é que os negócios da Aeromot se mantenham em bom patamar. “O governo vai dar maior prioridade aos projetos de modernização do AMX, ALX e F-5, que vinham sendo adiados ano após ano. Os atentados mostraram a importância dos países terem aeronaves eficientes de defesa e ataque”. A Aeromot oficializou em julho a venda de 60% da Aeroeletrônica Indústria de Componentes Aviônicos S/A para a israelense Elbit Systems Ltda, empresa líder mundial em desenvolvimento de tecnologia para aeronaves. A empresa tem contrato com a Embraer para realizar a melhoria tecnológica de uma frota de 47 caça-aviões F-5, 60 aviões AMX e 66 ALX, mais conhecido como Super Tucano. “O interesse do governo é conseguir interceptar e controlar os aviões que sobrevoam o País clandestinamente, principalmente na Amazônia. No entanto, atualmente não há equipamentos adequados”, diz. De acordo com Viana, o Programa Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), não tem o enfoque somente de proteção, mas também prevê o mapeamento de todos os recursos hídricos da região. Ampliação dos molhes deve diminuir os custos portuários O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, participou ontem, em Rio Grande, do início das obras de ampliação dos molhes da Barra, que vai permitir a chegada de navios de até 200 mil toneladas de carga ao complexo portuários, reduzindo custos de operações e atraindo mias armadores internacionais. O investimento previsto nas obras é de R$ 207 milhões. São 120 caminhões utilizados diariamente em 220 viagens, transportando o total de 3.200 toneladas de pedras. Padilha assistiu ao lançamento das primeiras pedras no oceano no cabeço (ponta) do Molhe Oeste, do lado de São José do Norte, que será ampliado em 500 metros, totalizando 4.720 metros. “Isso mostra a importância que o Governo Federal dá à Metade Sul do Estado”, argumentou o ministro. O lado leste, de Rio Grande, será ampliado em 900 metros, ficando com 4.060 metros. O ministério dos Transportes programou também a dragagem do canal, desde a ponta dos molhes até a bacia de evolução, próximo ao terminal de granéis líquidos, chamado de píer petroleiro, num investimento de R$ 16 milhões. A profundidade passará de 14 para 18 metros. O coordenador geral de Infra-estrutura do Ministério, José Ricardo Ruschell, aposta que a redução do custo com a atracação de navios de maior porte chegará a um terço. Com mais calado, devem aumentar as operações no Terminal de Contêineres privado. Alguns navios têm chegado com unidades para portos brasileiros e descarregam no terminal gaúcho. As mercadorias seguem viagem pela navegação de cabotagem. Ainda durante a estada em Rio Grande, Padilha assinou a portaria que define a criação do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) para funcionamento no porto local. Colunistas NOMES & NOTAS Empregos Um convênio firmado entre o site de empregos rs-rh e o Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul dá acesso aos 22 mil alunos da instituição a um vasto banco de empregos. O site mantém convênios com entidades empresariais da Serra Gaúcha e do Vale do Rio dos Sinos. Com isso, os profissionais que se cadastram auferem um desconto de 20% no preço do serviço e podem consultar um banco de emprego com dezenas de vagas. A R&S, empresa caxiense criadora do site, está no mercado há três anos e está reformulando-o para facilitar a busca de empregos e facilitar a contratação para as empresas. “Estas tanto podem pesquisar o banco de dados como anunciar oportunidades”, esclarece seu diretor, Ricardo Ruaro. Jeca Tatu Os conceitos errôneos da sociedade brasileira acabam se transformando em preconceitos ao se confundir o produtor rural com os senhores patriarcais ou com o Jeca Tatu. Essas imagens congeladas toldam a visão sobre a compreensão de seu papel como um dos agentes efetivos do desenvolvimento do País. Não se deve esquecer que o agronegócio origina mais de um terço do PIB brasileiro e que no campo se empregam 40% da força de trabalho nacional e são gerados US$ 15 bilhões em divisas. Essas opiniões são do presidente da Sociedade Rural do Paraná, Francisco Galli. Calóricos Depois de uma onda de permissividade com a venda de bebidas e guloseimas para crianças, os Estados Unidos começaram a se preocupar com o nível de obesidade delas e adotando medidas para tentar frear essa tendência. Hoje, está cada vez mais difícil adquirir doces, salgadinhos e refrigerantes nas escolas. De acordo com o jornal New York Times, as autoridades americanas consideram que um adolescente americano tem três vezes mais chances de se tornar obeso do que há 20 anos. Seguro agrícola A Porto Seguro - Companhia de Seguros foi a única seguradora que se credenciou no Sistema Estadual de Seguro Agrícola para administrar o sistema do seguro para a produção de uva. Uma primeira iniciativa do sistema é produzir uma cartilha de orientação, que começa a circular nesta semana. O Governo do Estado oferece, por viticultor, um subsídio de 50% do prêmio (custo do seguro) para até dois hectares, limitado a R$ 250. Têm direito a este benefício agricultores que tenham mais de 80% da renda provinda da atividade agropecuária e cuja propriedade seja de até cem hectares. O seguro prevê cobertura para chuvas de granizo, ocorridas desde a data de contratação até a colheita. Estresse A presidente da International Stress Management Association (ISMA-BR), Ana Maria Rossi, acredita que deve crescer o número de brasileiros vítimas de estresse pós-traumático, diante dos atos terroristas nos EUA maciçamente veiculados pelos meios de comunicação. A entidade considera que 35% da população sofrem desse mal e que de 6% a 8% deles alteram seus comportamentos, apresentando sintomas de depressão, fobia social e ansiedade generalizada. Propriedades rurais Três agricultores de Canela receberam na Prefeitura Municipal as escrituras de suas propriedades na zona rural. Ao todo, foram adquiridos quarenta e cinco hectares no montante de R$ 53 mil. Ainda estão disponíveis R$ 200 mil para novos financiamentos. 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09/24/2001


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