Dossiê não prova nada contra Serra, diz Biscaia



Não há nada no dossiê elaborado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin contra candidatos do PSDB para ser vendido a integrantes do PT que prove o envolvimento do ex-ministro da Saúde José Serra com a máfia das ambulância. A afirmação foi feita nesta terça-feira (17) pelo presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).

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Para Biscaia, o material que foi denominado "dossiê" não contém nada de significativo. Ele informou que o dossiê é composto por CDs que mostram uma cerimônia de entrega de ambulâncias no Mato Grosso e alguns documentos que exigem uma investigação mais profunda em relação ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri e ao empresário Abel Pereira. Segundo Biscaia, a CPI já tinha essas informações em seu poder.

- Não há nada que se possibilite chegar ao ex-ministro José Serra. Não sei como aquilo motivou alguém a mobilizar R$ 1,7 milhão. Não é nada que por si só incrimine; é só o início de uma investigação - disse.

O deputado também garantiu que, segundo informações do juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jéferson Schneider, o empresário Luiz Antônio Vedoin não possui outros documentos que integrariam o dossiê. Segundo Biscaia, Schneider disse que foram feitas busca e apreensão do material, mas não foi encontrado nada além do que já está em poder da comissão. De acordo com o juiz, no entanto, os Vedoin devem ser interrogados novamente sobre o assunto.

- O dossiê era aquilo mesmo, era isso aí que a CPI já tem. Só se ele tem um esconderijo secreto - afirmou Biscaia.

Convocação

O presidente da CPI considera desnecessária uma possível convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Biscaia disse que o ministro não está agindo no sentido de retardar os trabalhos da Polícia Federal nas investigações sobre o caso do dossiê. No entanto, ele ressaltou que qualquer membro da comissão pode apresentar requerimento com essa finalidade, que será discutido e votado como os demais.

Biscaia salientou que a PF está trabalhando intensamente nas investigações e disse que tanto o juiz Schneider quando o Ministério Público Federal estão cobrando soluções quanto à origem do dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê. O deputado também disse que não há recomendação para que só se chegue aos responsáveis depois das eleições.

- Não é uma tarefa fácil precisar a origem de dinheiro vivo. Se fosse fácil, já estaria identificado - disse ele.

Emendas

Na opinião do presidente da CPI dos Sanguessugas, o procedimento de apresentação, discussão e votação do Orçamento deve ser alterado. Para ele, se não forem feitas mudanças fundamentais, em pouco tempo haverá outro escândalo envolvendo parlamentares e as emendas ao Orçamento.

As pessoas acham que têm direito de tirar vantagem, de alguma forma, de emendas parlamentares. Isso é uma coisa absolutamente criminosa e intolerável, mas se as regras não forem alteradas, há risco de que isso venha a acontecer - alertou.



17/10/2006

Agência Senado


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