Duhalde enfrenta 1º protesto; dólar chega a 1,80 peso
O presidente argentino, Eduardo Duhalde, enfrentou a primeira onda de protestos contra seu governo na madrugada do dia em que voltou a vigorar o câmbio livre no país.
Moradores de Buenos Aires foram às ruas para "panelaços" contra o congelamento das contas bancárias e as restrições à retirada do dinheiro.
Bancos e lojas foram apedrejados, e houve confronto com a polícia. Quatro pessoas foram detidas, e dez manifestantes sofreram ferimentos.
Cerca de 6.000 pessoas foram à praça de Maio. Um grupo superou a grade da Casa Rosada e lançou objetos contra o prédio. A polícia reagiu com balas de borracha e bombas de gás.
Em dia de poucos negócios, o dólar fechou a 1,80 peso na maioria das casas de câmbio, após quase 11 anos de paridade. Apesar das longas filas, cada cliente vendia só US$ 500 em média.
A cotação começou em 1,70 e chegou a recuar para 1,65, devido à quantidade de pessoas que venderam dólares para obter pesos. (pág. 1, A8 e A9)
Tasso afirmou ser "homem de partido" e jamais ter dito que não apoiaria o ministro, mas avisou que não irá ao lançamento de Serra, na quarta: "Não fui convidado". (pág. 1 e A6)
Segundo relatório da CPI da Assembléia Legislativa de São Paulo, os recursos somam R$ 1 bilhão. Parte do dinheiro está depositada em juízo. Os sorteios foram suspensos em 98.
As emissoras afirmam que seguiram a lei e devem recorrer da decisão. (pág. 1 e A7)
O Governo não sabe quando o consumidor sentirá nos postos o efeito da queda. (pág. 1 e B3)
Ao todo, o Presidente derrubou 35 artigos da legislação antidrogas - seis deles parcialmente - de um total de 59.
As penas alternativas para usuários foram vetadas, porque a lei não definia prazos. Projeto tratará do tema e de assuntos pendentes. (pág. 1 e C1)
EDITORIAL
"Jogo Bruto" - Na transição para um novo modelo cambial e econômico na Argentina, com insatisfação social que dificilmente declinará no curto prazo, o presidente Duhalde veio a público declarar que não cogita renunciar. Mau sinal. Nos últimos dias, o debate sobre o futuro da Argentina ganhou novos ingredientes: o retorno das propostas de dolarização e o papel do Mercosul. (...)
A violência mesma da crise argentina recolocaria o Brasil como principal parceiro estratégico do país, jogando por terra a tese das "relações carnais" entre a Argentina e os EUA.
Mas ganhou força também a visão ultraliberal, característica do "establisment" norte-americano, que repudia o Mercosul como um modelo que apenas "desviaria" o comércio. (...)
Para o Brasil, o desafio é recolocar o Mercosul em andamento no curto intervalo que ainda resta até 2005, prazo para o início da própria Alca.
Num contexto de agressividade na diplomacia econômica norte-americana e irritação na comunidade internacional, o papel do Mercosul como linha de resistência continua uma promessa difícil de realizar, mas que faz todo sentido recuperar. (pág. A2)
COLUNA
(Painel) - A Justiça determinou o bloqueio de todos os bens de Fernando Collor de Mello. O motivo foi o não-pagamento, por parte do ex-presidente, de uma dívida de R$ 8,414 milhões com a empresa Lewiston Incorporadora S/A de São Paulo.
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01/12/2002
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