DUTRA NÃO QUER VOTAR A REFORMA ADMINISTRATIVA APRESSADAMENTE



Lembrando que a Câmara dos Deputados levou dois anos para votar a reforma administrativa, o líder do PT, José Eduardo Dutra (PT-SE), pediu hoje (dia 21) que o Senado "não se renda à chantagem do governo para votar a matéria a toque de caixa". Ele frisou que se trata de reforma constitucional, com vários artigos para serem alterados.

- Espero que o Senado se dê respeito, que mostre sua autoridade. Vamos, sim votar, reformar, debater a matéria com tempo, não digo semelhante ao da Câmara, porque devemos levar em conta que, nesses dois anos e meio, houve um ano em que o governo interessou-se apenas pela reeleição - comentou.

Dutra deseja que senadores e partidos políticos possam oferecer suas contribuições e debater uma matéria que ele considera da maior importância para o futuro do Brasil. Também lembrou que essa reforma é mais complexa, visto que as emendas constitucionais que mudaram a ordem econômica implicavam na alteração de apenas um ou dois artigos.

O líder criticou o presidente da República por ter dito que a reforma administrativa devia ter sido aprovada pela unanimidade da Câmara. Citando Nelson Rodrigues, Dutra disse que "toda unanimidade é burra" e comentou que o presidente Fernando Henrique Cardoso "parece estar querendo passar do autoritarismo para o totalitarismo".

O senador também informou que a oposição é a favor de uma reforma administrativa para tirar o caráter patrimonial do estado brasileiro e para melhorar o atendimento ao cidadão. "Mas não concordamos com essa visão de reforma administrativa que elege, única e exclusivamente, o servidor público como responsável por todas as mazelas do país", acrescentou. Ele considera importante preservar a estabilidade do funcionário público.



21/11/1997

Agência Senado


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