DUTRA PROPÕE A LÍDERES NÃO VOTAR 2º TURNO AGORA



Durante o segundo dia de discussão da proposta de emenda constitucional que acaba com o segundo turno para eleições de governador e prefeito, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), líder do Bloco Oposição, sugeriu hoje (dia 16) que os partidos não votem agora qualquer mudança nas normas eleitorais, menos de um ano antes das eleições de 98. Ele fez a proposta assim que o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) anunciou que seu partido não concorda com o fim do segundo turno.

Dutra alertou que a proposta de mudança na Constituição altera também as regras para a eleição de presidente da República, reduzindo o percentual de votos para que um candidato seja declarado eleito em primeiro turno (de 50% para 45%). "Não entendo porque a emenda acaba com o segundo turno para governador e prefeito e não acaba para presidente. Os argumentos podem ser os mesmos."

Em aparte, o senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA) assinalou que a argumentação de Júlio Campos pelo fim do segundo turno é importante, porque "só quem tem dinheiro para duas eleições é governo". Para ele, o governo "aproveita o primeiro turno para fazer uma pesquisa e saber em que município perdeu, investindo em cima dos chefes políticos desses lugares. O segundo turno é o turno do vale-tudo".

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) sustentou que o Congresso precisa adotar uma lei eleitoral de caráter permanente. "Precisamos é de promover profundas reformas políticas e eleitorais. Uma emenda constitucional tem de passar nas duas Casas. Assim, apenas na véspera da eleição vamos saber as regras do pleito. Está na hora de dar um basta nisso", disse.



16/10/1997

Agência Senado


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