DUTRA: TRANSFORMAÇÃO DO PPA EM PEÇA DE PROPAGANDA TORNOU-O UMA FICÇÃO
Para o senador, não adianta estabelecer previsões que apontam para o desenvolvimento e para o crescimento se a política orçamentária aponta na direção contrária. "É impossível fazer com que o país venha a crescer se se mantém a previsão de pagar US$ 60 bilhões por ano só com juros e amortização da dívida", afirmou.
O desenvolvimento ou o não-desenvolvimento do Brasil, frisou Dutra, está amarrado à política econômica do dia-a-dia, que é a política econômica apresentada na proposta de Lei Orçamentária.
- E é aí que as coisas acabam se contradizendo, porque a Lei Orçamentária não bate com aquilo que é previsto no Plano Plurianual.
Lembrando as alegações do governo de que não existem recursos para investir na economia, Dutra observou que, mesmo com o gasto de US$ 60 bilhões do pagamento da dívida, existem outras fontes de investimento que poderiam ser utilizadas. Entre elas, citou os recursos do BNDES, que segundo ele vem sendo mal aplicados. Ele recordou que em 98 92% dos recursos do banco foram para as grandes empresas, em detrimento das pequenas e criticou, também, a desproporção dos investimentos da instituição entre o Nordeste e o Sudeste.
- O problema é que enquanto continuar a política econômica do governo nos moldes em que está colocada, não vai adiantar ficar fazendo previsões de PPA, de crescimento econômico, de queda de juros - disse o senador.
José Eduardo Dutra referiu-se ao discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS), o qual dissera que o presidente Fernando Henrique Cardoso é bem intencionado, para dizer que preferia o ditado popular segundo o qual "de bem-intencionados o inferno está cheio".
10/09/1999
Agência Senado
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