Dúvidas sobre transgênicos motivam debate em plenário
O relato do deputado Eliseu Santos da viagem realizada aos Estados Unidos por parlamentares gaúchos - integrada também pelos deputados Onyx Lorenzoni (PFL) e Frederico Antunes (PPB) -, e suas impressões sobre centros de pesquisas agrícolas que trabalham com organismos geneticamente modificados, bem como contatos com produtores rurais americanos, reacendeu o debate em torno dos transgênicos. O deputado Elvino Bohn Gass, líder da bancada do PT, fez diversos questionamentos ao parlamentar e alinhou argumentos que, ao seu ver, recomendam a continuidade da ilegalidade dos transgênicos no País.
Disse que “nenhuma empresa e nenhum pesquisador pode dar garantia de que a contaminação genética não venha a causar problemas do ponto de vista da saúde das pessoas. Lembrou o caso do milho transgênico americano (Bt), que contém genes modificados de uma bactéria que produz uma proteína que é tóxica para a broca do milho e outros insetos. Afirmou que o consumo desse milho provoca alergia, o que obrigou a empresa que criou essa semente a indenizar os agricultores financeiramente afetados pelos problemas derivados do uso do milho. Sublinhou ainda que do ponto de vista comercial não é vantagem produzir transgênicos, além do que isso vai afetar a própria soberania do País pelo monopólio que as empresas produtoras de sementes vão impor.
O deputado Eliseu Santos disse que não faz uma defesa cega das experiências com transgênicos, por saber que “não existe ciência absoluta, mas não posso tapar os olhos e sair queimando contra a pesquisa”, enfatizou. Lembrou que “quando lançaram a penicilina, alguns acreditavam que se tratava do pior veneno do mundo. No entanto, salvou milhares de vidas, o que também ocorre com os antibióticos, em que pese as resistências bacterianas que provocam. Ele admitiu que algumas empresas que lançam produtos no mercado os têm retirado quando existem contestações para evitar os processo que advêm, mas não deu crédito ao argumento de Bohn Gass de esses produtores possam causar reações alérgicas às pessoas.
08/17/2001
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