Eduardo elogia entrevistas do presidente e defende redivisão territorial
Embora elogiando a sinceridade e simplicidade expressadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevistas recentes à TV Globo e à revista Veja, o 2º vice-presidente do Senado, Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), discordou da solução presidencial proposta para a crise de perspectivas de vida nos grandes centros urbanos brasileiros. Em vez procurar reverter o fluxo do êxodo rural, com a criação de oportunidades de emprego e renda nos municípios do interior, o presidente Lula teria sugerido a fixação desse excedente populacional nas grandes cidades com a construção de moradias.
- Comemoro a entrevista, mas discuto que não será com programa habitacional nos grandes centros que se vai mudar a realidade do país - ponderou.
As considerações tecidas por Eduardo Siqueira Campos vêm em defesa da redivisão territorial do país, da qual Tocantins, com 130 municípios e 200 mil habitantes na capital, Palmas, é citado com exemplo bem sucedido pelo parlamentar.
- Se não se tivesse induzido o desenvolvimento em Palmas, grande parte de sua população teria vindo para Brasília, Goiânia e São Paulo, criando um inchaço muito maior nessas cidades - afirmou.
Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) respaldou a análise do representante do Tocantins.
- A idéia de trazer mais gente para as grandes cidades não é positiva - declarou, observando que a oferta apenas de moradia não é suficiente para melhorar as condições de vida da população mais carente.
Na opinião de José Jorge, o fundamental é criar um programa de desenvolvimento para as cidades de médio porte no país.
Já o senador Eurípedes Camargo (PT-DF) pleiteou investimentos emergenciais no setor habitacional das grandes cidades enquanto o Congresso discute medidas de médio e longo prazos para o desenvolvimento no campo e na cidade. O senador Mão Santa (PMDB-PI) também defendeu a criação de novos estados no país e disse que o Tocantins é modelo desenvolvimento a ser seguido. Por último, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) sustentou que a descentralização do investimento público vai propiciar a geração de empregos em regiões menos ocupadas e, assim, contribuir para aliviar a pressão nos grandes centros.
18/08/2003
Agência Senado
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