Eduardo Suplicy destaca paixão de Niemeyer pelas formas livres



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Ao apoiar o levantamento da sessão plenária desta quinta-feira (6), em homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, morto durante à noite, o senador Eduardo Suplicy destacou sua paixão pelas formas livres e lembrou que ele também foi escultor, cenógrafo, escritor, poeta e humanista.

- O Brasil inteiro está de luto pela perda deste filho ilustre - disse.

Suplicy lembrou um pouco da história de Niemeyer, nascido em 15 de dezembro de 1907 e apaixonado por desenhos desde criança – quando, sem lápis e papel, desenhava com o dedo no ar. Desde o início da profissão, contou o senador, o arquiteto se rebelou contra o funcionalismo das obras, desejoso de ver a arquitetura integrada à beleza e à poesia. Foi trabalhar gratuitamente no escritório de Lucio Costa e Carlos Leão, porque não queria, como a maioria dos colegas, se adaptar à arquitetura comercial.

Quando iniciou a vida de arquiteto, as limitações funcionalistas da época não o convenceram, principalmente por conhecer o concreto armado, que podia, em seu entendimento, oferecer “formas livres e inesperadas”. Na década de 30, acrescentou Suplicy, participou do projeto do Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, que teve consultoria do famoso arquiteto suíço Le Corbusier, de quem mais tarde Niemeyer ouviria que "tinha montanhas do Rio dentro dos olhos".

Isso, segundo o senador, explicaria as obras do conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG). A partir dela, não só o Brasil, mas o mundo se abriu para a arquitetura nova de Niemeyer, de formas mais livres, mas que nem todos conseguiram acompanhar ou entender.

Suplicy listou obras de Niemeyer que, em sua avaliação, serão marcas importantes da inovação na arquitetura, entre elas as fachadas inclinadas da sua residência Prudente de Moraes e da escola Julia Kubitschek, a parceria com Burle Marx no Parque Ibirapuera e o Congresso Nacional.

O senador disse ainda ser imprescindível homenagear o homem atencioso com os amigos, reverenciado por grandes nomes do pensamento, da literatura e da moda no século 20 e revoltado com as injustiças do mundo.

- Ele se assumia um comunista, e como comunista, um socializador, que queria partilhar seu talento e suas ideias com uma responsabilidade e preocupação social. E isso está acima até das irretocáveis obras que projetou. Niemeyer poderia ser um músico, engenheiro, veterinário, gari, e provavelmente em qualquer uma atividade seria genial. Mas é seu sentimento que o faz tão especial – elogiou Suplicy, citando uma das frases célebres do arquiteto: "Solidariedade justifica o curto passeio da vida. A vida é um sopro."



06/12/2012

Agência Senado


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