Efeito da redução de subsídios por Obama será quase nulo para o Brasil, diz Osmar Dias
O efeito prático do anúncio de redução de subsídio aos produtores agrícolas feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, será quase nenhum para o Brasil. A avaliação foi feita pelo senador Osmar Dias (PDT-PR), em discurso nesta segunda-feira (2).
Segundo o parlamentar, a redução anunciada poderá chegar a US$ 10 bilhões em dez anos, mas o Brasil ainda demorará a desfrutar desses cortes. O total do subsídio americano chega a US$ 40 bilhões. Além do mais, segundo ele, não adianta pensar que a redução vai trazer como consequência maior competitividade, já que o grande problema do produtor brasileiro é a comercialização do produto no mercado. Com a precariedade de rodovias, ferrovias e portos, o custo de produção no Brasil torna-se exorbitante.
- O governo deve se aproveitar do anúncio do governo americano para jogar mais pesado e exigir que aquilo que foi acordado há muitos anos no Uruguai seja cumprido: a redução gradativa de subsídios oferecidos pelos países ricos a seus agricultores para que haja competição igual - disse o senador.
Em 1994, com a conclusão das negociações multilaterais do Acordo Agrícola da Rodada Uruguai, estabeleceram-se metas de redução de 20% dos subsídios à produção agrícola nos países desenvolvidos, que não foram cumpridas desde então. De acordo com Osmar Dias, especialistas afirmam que se todo o subsídio garantido pelos países ricos a seus produtores fosse retirado, o comércio para os países em desenvolvimento aumentaria em US$ 40 bilhões, sendo US$ 15 bilhões só para o Brasil, o que representaria 150 mil empregos a mais.
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), em aparte, ressaltou a fome que enfrentam os cidadãos africanos. Osmar Dias observou que o protecionismo mantém a fome dos países pobres, porque esses, não conseguindo superar essa barreira, são levados a importar comida em vez de produzi-la.
02/03/2009
Agência Senado
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