OSMAR DIAS CRITICA CONCESSÃO DE SUBSIDIOS POR GOVERNADORES



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) voltou a criticar hoje (dia 12) os governadores que, por acreditarem ser essa uma forma de criar empregos, concedem benefícios fiscais para a instalação de empresas. Ele anunciou seu apoio a projeto do senador Waldeck Ornelas (PFL-BA) que atribui ao Senado a definição de parâmetros para esses subsídios e disse que a proposta devia ter sido apresentada antes do dispêndio de recursos que alguns governadores fizeram para atrair montadoras.

- O governo do Paraná dá incentivos de milhões à Renault e à Chrysler e nega centavos aos pequenos agricultores. Épreciso mais seriedade no trato da coisa pública. E é isso é o que está faltando no Paraná, infelizmente - afirmou.

Na opinião de Osmar Dias, alguns governadores fizeram verdadeiros festivais com os tributos arrecadados da população, iludindo essa mesma população com a idéia de que a concessão de subsídios para a instalação de montadoras de automóveis vai resultar em "formidáveis ofertas de emprego". Ele explicou que as montadoras importarão peças, visto não estar prevista a fabricação de nenhum utensílio nos lugares onde elas se instalam.

Para o senador, o governador do Paraná, Jayme Lerner, concedeu a montadoras estrangeiras benefícios que dificilmente conseguirá recuperar, mas a população desconhece isso porque a mídia publicitária paga pelo governo anuncia como formidáveis os presumíveis benefícios que resultarão dessa e de outras iniciativas. "Enquanto faz isso, o governo paranaense está deixando de investir em áreas prioritárias, como agricultura e agro-indústria", frisou.

Osmar Dias afirmou que Jayme Lerner não construiu até agora um só metro de asfalto para melhorar o escoamento da safra agrícola. Conforme explicou, só a Renault levou do governo um empréstimo superior a R$ 300 milhões, cifra só conhecida depois que a empresa publicou seu balanço deste ano. Também segundo o senador, esse empréstimo foi concedido sem juros nem correção monetária, para ser pago no ano 2006, em condições em que ninguém consegue empréstimo no Brasil.

- Não há na história deste país tamanha generosidade, quando milhares de empresas fecham por absoluta falta de capital de giro. É impossível conceber essa generosidade, quando o governo do meu estado compromete 95% da receita fiscal com a folha de pagamento de pessoal - acrescentou.

Os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS) e Jefferson Péres (PSDB-AM) apartearam para criticar a guerra fiscal que se criou no país com a disputa pela instalação de montadoras. Tebet disse que se os estados ricos perdem dinheiro com isso, muito mais perdem os estados pobres. Péres disse duvidar que o mercado interno tenha capacidade para absorver toda a produção de automóveis que se anuncia. "É uma bomba de efeito retardado", frisou ele.

12/08/1997

Agência Senado


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