Osmar Dias defende ação na OMC contra subsídios norte-americanos
O Brasil deve impetrar ação na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os subsídios concedidos pelo governo dos Estados Unidos aos produtores agrícolas daquele país, defendeu o senador Osmar Dias (PDT-PR) nesta segunda-feira (13), salientando que a política americana contraria os acordos firmados na Rodada Uruguai da OMC, que impede novos subsídios até 2003. A medida do governo norte-americano poderá trazer prejuízos da ordem de US$ 1 bilhão para os produtores brasileiros, assinalou.
- Em vez de bravatas e ações isoladas, a diplomacia brasileira deve entrar com ação na OMC. Uma ação do governo brasileiro teria respaldo legal e popular - frisou o senador.
De acordo com Osmar Dias, os subsídios e uma política externa tímida do Brasil comprometem a meta traçada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de, ao final de seu mandato, alcançar US$ 100 bilhões em exportações. No último ano, o país exportou apenas US$ 58 bilhões, o que, na avaliação do senador, compromete a inserção no mercado formal dos 54% dos trabalhadores brasileiros que não têm carteira assinada.
- Corremos o risco de perder US$ 1 bilhão e estamos jogando fora a meta de exportação e de crescimento da economia, além de comprometer o próximo governo - acentuou.
O senador acredita que há uma política determinada dos países ricos para impedir o desenvolvimento dos chamados países do Terceiro Mundo, o que seria comprovado por dados indicando que os Estados Unidos, a União Européia e os Tigres Asiáticos destinam cerca de US$ 1 bilhão por dia em subsídios aos produtores locais.
- Se todos os subsídios fossem retirados, os países em desenvolvimento teriam US$ 35 bilhões a mais somente em produtos agrícolas - disse Osmar Dias.
O senador criticou ainda a política externa isolacionista do governo norte-americano, cujo exemplo mais claro estaria na recusa em assinar o Protocolo de Kyoto, que impõe a redução à metade, até 2004, dos níveis de emissão de gases poluentes - os Estados Unidos são responsáveis por 40% de toda a emissão global.
Em aparte, o senador Lindberg Cury (PFL-DF) apelou para que o governo brasileiro defenda junto à OMC a garantia da redução paulatina dos subsídios conferidos pelos países ricos aos seus produtos.
13/05/2002
Agência Senado
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