Efraim cobra solução para crise das companhias aéreas



Ao comentar as dificuldades que as companhias aéreas brasileiras vêm enfrentando, o senador Efraim Morais (PFL-PB) cobrou do governo federal providências urgentes para evitar que empresas como a Vasp e a Varig sejam obrigadas a encerrar suas atividades. Ele defendeu o fortalecimento do sistema de aviação do país sob pena de prejuízos para a economia, desemprego de milhares de trabalhadores e abertura do mercado para conglomerados internacionais, com riscos de diminuição de linhas e aumento no preço das passagens.

Quando os trabalhos do Congresso forem normalizados, após o segundo turno das eleições municipais, Efraim disse que proporá a realização de audiência pública conjunta entre as comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infra-Estrutura (CI) para debater o assunto. Ele antecipou que entre os convidados deverão estar representantes das companhias aéreas, da Casa Civil e do Ministério da Defesa. Na avaliação do senador, os passageiros são os principais prejudicados pela crise na aviação.

Diversos outros senadores concordaram com a necessidade de uma rápida ação do governo federal na busca de uma solução para o problema. Edison Lobão (PFL-MA) sugeriu um encontro de contas entre a União e as empresas. Ele informou que várias companhias são credores do governo, ao invés do contrário. A Vasp, por exemplo, teria a receber cerca de R$ 3 bilhões, enquanto o total de suas dívidas com a Previdência, a Infraero e o Banco do Brasil chegaria a aproximadamente R$ 1,6 bilhão.

Já o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) opinou que o Brasil não pode seguir o exemplo dos demais países sul-americanos, que viram suas empresas aéreas serem desnacionalizadas. Por sua vez, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) lembrou que a burocracia e decisões equivocadas levaram a aviação à situação atual. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que o governo do PT não pode entrar na história como o coveiro das companhias aéreas brasileiras.

Investimentos

O senador pela Paraíba também analisou informação veiculada esta semana pela imprensa, dando conta de que o nível de investimentos externos no país caiu. O Brasil passou da 9ª para a 17ª posição na lista de países com potencial de atrair investimentos estrangeiros diretos, de acordo com o Índice de Confiança de Investimentos Externos Diretos, pesquisado pela Consultoria Global de Alta Gestão A. T. Kearney.

Citando matéria publicada em O Estado de São Paulo, Efraim destacou que o país registrou uma queda de 39% nos investimentos diretos, passando de US$ 16,6 bilhões, em 2002, para US$ 10,1 bilhões em 2003. Este é o nível mais baixo de todos os tempos, segundo o jornal. Para o senador, o governo Luiz Inácio Lula da Silva agravou o quadro encontrado, ao contestar e questionar os marcos regulatórios estabelecidos no governo anterior. Ele diagnosticou que o Brasil padece de insegurança jurídica e de excessos de regulamentos.

- É preciso que o governo retome o tema das reformas e não queira impô-las, como o fez na primeira fase de sua gestão, goela abaixo desta Casa. As reformas são vitais para o país e não podem ser obra de um partido, de uma facção. Devem expressar a vontade da sociedade, que, sabiamente, ao eleger Lula, não lhe deu maioria no Congresso - disse.



14/10/2004

Agência Senado


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