Efraim considera caso Waldomiro mais grave que PC Farias



O líder da Minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse que o caso Waldomiro Diniz é mais grave do que o que envolveu o tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, "porque PC não tinha gabinete no Palácio do Planalto e nem cargo formal no governo". Efraim criticou o governo pelo fato de que já se completaram dois meses das denúncias e nenhuma providência concreta ter sido tomada.

Efraim Morais lembrou ainda que altos funcionários da empresa GTech denunciaram que Waldomiro Diniz indicou um ex-chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci e ex-assessor do ministro José Dirceu, Rogério Buratti, para intermediar um contrato de serviços com a Caixa Econômica Federal.

- Buratti foi demitido por corrupção da Prefeitura de Ribeirão Preto e é ainda hoje sócio do chefe de gabinete do ministro da Fazenda e amigo de Palocci, que o teria levado à prestigiosa posição de vice-presidente do grupo empresarial Leão Leão, maior financiador da eleição de Palocci à Câmara dos Deputados em 1988 - disse o senador.

O líder da Minoria considerou inaceitável que o governo tenha promovido um inquérito sigiloso que apontou apenas Waldomiro como culpado por captação ilegal de recursos para campanha e por corrupção.

- O presidente do PT, José Genoíno, disse que Waldomiro não é filiado ao PT. Ora, PC Farias também não era filiado ao PRN.

Efraim Morais quer saber o que fazia Waldomiro Diniz no governo, com quem conversava, que missões cumpria, bem como a área de atuação de Rogério Buratti no governo.

O senador lembrou ainda que Waldomiro Diniz pertencia, desde 1994, a uma "confraria esotérica" comandada pelo ministro da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, do chamado "núcleo duro palaciano".

- Ele era chamado de "irmão Waldomiro" na seita Mundo Novo e foi sócio de Gushiken em uma fazenda.

Efraim Morais lamentou que "CPI, agora, só com autorização do governo, o que é um paradoxo". Apartearam o líder os senadores Almeida Lima (PDT-SE) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT).



16/04/2004

Agência Senado


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