Efraim diz que espera a aprovação da PEC paralela até abril



Em nome da liderança da minoria, o senador Efraim Morais (PFL-PB), anunciou que suas esperanças de ver aprovada a proposta de emenda à Constituição que ameniza os efeitos da reforma da Previdência, a chamada PEC paralela, estão no fim, pois, na sua opinião, o governo não está interessado na promulgação da matéria. Ainda assim, ele disse que, "em respeito ao povo brasileiro", vai esperar até o novo prazo - 1º de abril -, dado pelas lideranças do governo para a votação da PEC na Câmara.

Segundo Efraim, a PEC paralela foi usada pelo governo para justificar a convocação extraordinária. Mas, o que se viu nesse período, registrou, foi a votação de medidas provisórias, usadas para que o Congresso não possa legislar.

- A única coisa que foi feita na Câmara até o momento foi dizer que a PEC era constitucional. Nem a comissão especial foi instalada. Essa comissão terá prazo de até 40 sessões para analisar e, pela vontade do governo, vai usar todo o prazo - avaliou.

Para ele, o governo deveria assumir que não quer votar a PEC paralela. Efraim afirmou que já está ficando claro que o Planalto enganou a sociedade, a todos os senadores e ao funcionalismo público.

- Para ser correto o governo precisaria dizer aqui que não votou porque não quis. Houve tempo de sobra. Não venha dizer que houve algum impedimento, que a oposição tentou obstruir. A oposição é unânime em favor da PEC paralela. Quem não quis votar foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está pagando salários para os deputados e senadores, na convocação extraordinária - acusou o líder da Minoria.

Enchentes

O senador lamentou que o governo tenha reunido 10 ministros sem oferecer nenhuma medida concreta para o combate às enchentes. Para Efraim, a reunião serviu apenas para que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, fizesse seu discurso. Enquanto isso, o senador relatou que as chuvas já recomeçaram sem que sejam destinados recursos para socorrer as vítimas em 17 estados do país.

- A atitude do governo é continuar enganando, desprezando esses nordestinos, pois é só dar qualquer esmolinha que eles ficam satisfeitos; não estão cobrando nada da gente. Vamos liberar essas emendinhas pra eles e eles vão aceitar e continuar votando as nossas medidas provisórias - interpretou Efraim.

- Protesto contra o governo, contra o PT, que não tem a menor sensibilidade ou solidariedade com os desabrigados. Em vez disso, o partido prefere fazer uma grande festa a portas fechadas, com champanhe e bom uísque, para comemorar o aniversário do partido, comendo e bebendo a miséria do povo brasileiro - afirmou.

O líder da minoria ironizou ainda o fato de, diante da provável exoneração do ministro dos Transportes, Anderson Adauto, o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, estar, conforme apontado em manchete de jornal, convidando o prefeito de Manaus, Alfredo Pereira do Nascimento (PL), para o cargo.

- Eu pensava que era o presidente quem nomeava os ministros. Agora quem está nomeando é o ministro José Dirceu - declarou.



12/02/2004

Agência Senado


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