PEC paralela cairá no limbo, adverte Efraim Morais



O senador Efraim Morais (PFL-PB) disse nesta sexta-feira (5), em Plenário, que a chamada PEC paralela da reforma da Previdência não será votada na Câmara dos Deputados, porque o governo não teria interesse na sua aprovação. Segundo o senador, após ser aprovada pelo Senado, -como um pedido de perdão ao trabalhador brasileiro-, a proposta mergulhará no limbo, ao chegar à Câmara.

- Os funcionários públicos estão sendo enganados. Falei com muitos deputados e até com o presidente da Câmara, João Paulo, e constatei o profundo desinteresse nessa votação. Isso sem falar nas declarações desencontradas do governo, com o ministro José Dirceu dizendo que -o pau comeu na Previdência e vai comer nas universidades- - afirmou.

Na avaliação do senador, a população brasileira deve estar profundamente desencantada com o governo, que, como observou, criou mais de 600 mil desempregados, em vez de gerar os 10 milhões de postos de trabalho prometidos na campanha, e trouxe estagnação econômica, com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 0,2%, no lugar dos 3% a 4% prometidos no início do ano.

Segundo Efraim, a população votou num operário - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para que fosse pai dos trabalhadores e ele estaria se revelando um padrasto hostil. -Lula está encantado com suas viagens ao exterior, onde se sente um dos maiores estadistas do mundo e esqueceu do Brasil e de seus problemas sociais-, destacou.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) manifestou sua esperança de que a PEC paralela possa ser votada na Câmara, em janeiro, obedecendo ao compromisso de todos os partidos políticos nesse sentido, -para salvar alguma coisa dos direitos adquiridos dos servidores públicos-.

Também em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) observou não ser verdade que o governo Lula não tenha gerado um único emprego. -Ele criou 25 novos ministérios para os derrotados nas eleições-, afirmou.

Para Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), depois de cortar direitos dos servidores, o governo prepara uma gigantesco aumento da carga tributária que começa com a majoração da alíquota da Contribuição para Financiamento da Previdência (Cofins), dos atuais 3% para 7,6%, e segue adiante com vários dispositivos da reforma tributária. Ele conclamou os senadores a empreender uma cruzada contra aumento de impostos.



05/12/2003

Agência Senado


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