Efraim diz que reforma da Previdência irá desmontar o Estado brasileiro



O senador Efraim Morais (PFL-PB) disse que, com a reforma previdenciária, o governo pode até resolver alguns problemas de caixa, mas irá comprometer a eficiência do Estado brasileiro. Ele ressaltou que nenhum país saiu do subdesenvolvimento sem um Estado -eficiente, operoso e inteligente-. Com servidores mal pagos e sem motivação, esse objetivo jamais será atingido, afirmou.

- Tratando os recursos humanos do Estado como uma simples questão contábil, estaremos condenando o país ao atraso nas próximas décadas, com o apoio festivo daqueles que acham que, resolvendo problemas de caixa, vão proporcionar o -espetáculo do crescimento-; daqueles que acreditam que, inviabilizando o médio e longo prazos, estarão ajudando o Brasil - observou.

Entre os riscos desse verdadeiro desmonte do Estado, Efraim citou a possibilidade de o governo brasileiro ter de pagar muitos milhões em consultoria para empresas estrangeiras e organismos internacionais para suprir deficiências de recursos humanos que não conseguiram acompanhar a evolução do conhecimento, por falta de treinamento e capacitação.

Além disso, argumentou Efraim, com as mudanças na legislação previdenciária propostas pelo governo, o Estado brasileiro pode não ser capaz de atrair pessoas motivadas e talentosas para trabalhar no governo, sequer manter as que ainda permanecem no serviço público e menos ainda de substituí-las adequadamente no futuro.

Efraim lembrou que, desde a eleição de Fernando Collor de Mello para presidente, a mídia, com o auxílio do governo federal e da maioria dos demais governantes, moveu incessante campanha de destruição da imagem do servidor público. Marajá, privilegiado, indolente e acomodado foram algumas das alcunhas atribuídas a eles, colocando casos excepcionais como se fossem a regra, afirmou o senador.

A reforma da Previdência vem, a seu ver, destruir o que sobrou, derrubando o pilar das condições que atraíam talentos para o serviço público.

- Em nome de solucionar problemas fiscais e manter altas as taxas de juros, o servidor público será imolado no altar de sacrifícios - previu.



28/08/2003

Agência Senado


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