Simon rejeita tese que vincula a prática política à falta de ética



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) rechaçou a tese, difundida em recente encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com artistas e intelectuais, de que a prática política pode prescindir da ética. Ao analisar a questão em Plenário, nesta quarta-feira (6), o senador afirmou seu respeito pela opinião expressada pelo ator Paulo Betti no artigo "A ética da hipocrisia", publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, em que assume ter dito a frase "não se faz política sem sujar as mãos" na saída do jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Simon admitiu, entretanto, discordar desse pensamento e não acreditar que o conceito prevaleça na sociedade.

- Eu penso de maneira diferente e não aceito a tese de que a política pode não ter ética, de que é preciso colocar a mão na sujeira e de que o Brasil é o país dos corruptos - declarou.

Simon acredita que o Congresso vive as horas mais trágicas da história brasileira, mas sustenta que se enganam os que imaginam a continuidade dessa sucessão de escândalos. Simon afirmou que, apesar de o próprio presidente Lula ter dito que a política também tem um lado sujo - não é só ética - e que dá mais importância a críticas de sindicalistas que às de senadores, "a moral vai aparecer e que os ladrões vão para a cadeia".

- Digo aos artistas que eles não fizeram bem, e a Lula, que tem mais medo da crítica sindical do que da crítica dessa tribuna, que ele não é todo poderoso - advertiu.

Em aparte, os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Mão Santa (PMDB-PI), Heráclito Fortes (PFL-PI), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) apoiaram a indignação de Simon em relação à tese de que a corrupção pode andar de mãos dadas com a política.



06/09/2006

Agência Senado


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