Efraim Morais diz que minoria fará oposição ao governo, não ao país



Em discurso proferido da tribuna nesta quarta-feira (30), o senador Efraim Morais (PFL-PB) apresentou-se como líder da minoria no Senado e disse que fará oposição ao governo, não ao país. Disse ter uma clara noção das -responsabilidades acentuadas- do cargo, que assume no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso suas propostas de reformas tributária e previdenciária, propostas que poderão -definir o destino econômico, político e social desta e das futuras gerações-.

O senador destacou não serem essas propostas muito diferentes das apresentadas no governo anterior, -embora rejeitadas na época pelas mesmas forças políticas que agora as consideram fundamentais e inadiáveis-. Citou o presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, a quem Efraim atribuiu a afirmação de que -as propostas foram rejeitadas pelo PT não por razões ideológicas ou doutrinárias, mas simplesmente por não interessarem ao projeto de poder do partido-.

- O partido queria ganhar as eleições e não convinha melhorar o país, pois isso poderia favorecer as forças situacionistas - afirmou o parlamentar pela Paraíba.

O líder afirmou que a minoria não pensa assim. Disse que, pelo critério do -quanto pior, melhor-, o país -condena-se ao imobilismo e à decadência, e quem paga o pato é o povo-. Lembrou que as propostas de reforma não encontram respaldo na base do partido do governo.

- Entendemos que o governo deveria, antes de encaminhar proposta de tal magnitude ao Congresso, como é o caso da reforma da Previdência, acertar-se com sua base. Antes de pedir o nosso apoio, deve e precisa obter o apoio de sua própria base. Se não consegue convencer a si mesmo, a seus aliados, da natureza benéfica do que está propondo, como espera convencer a minoria ou a opinião pública? - questionou.

Para Efraim, é fundamental que as propostas -expressem um mínimo de coesão de sua base política-. Salientou que o Senado, composto por -gente madura e vivida que se impressiona mais com o conteúdo que com a forma-, irá zelar pelo interesse público no debate das reformas.

Em aparte, o líder do PFL, senador José Agripino (RN), afirmou ter sido acertada a escolha do líder da minoria por consenso em seu partido e no PSDB, lembrando que são essas as agremiações que inicialmente compõem a oposição. Por sua vez, o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), afirmou que chama a minoria de bloco parlamentar de oposição, por ter -a clara convicção que se transformará em um bloco parlamentar da maioria-.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) afirmou que o brilho de Efraim no desempenho da liderança será anexado ao estado da Paraíba. O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) manifestou sua preocupação de que a reforma tributária possa impedir os estados menos desenvolvidos de oferecerem incentivos fiscais como forma de atração de investimentos. A escolha do novo líder foi considerada -excelente- pelo senador José Jorge (PFL-PE).



30/04/2003

Agência Senado


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