Efraim Morais quer prestação de contas do governo em relação às invasões do MST



O senador Efraim Morais (PFL-PB) disse ser imperativa a presença, no Senado Federal, do ministro do Desenvolvimento e Agrário, Miguel Rosseto e do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcelo Resende, para prestarem esclarecimentos sobre sua posição e sobre as medidas que estão adotando em face às constantes invasões rurais por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas últimas semanas.

- O presidente Lula está comprometido com a paz no campo e, em sua campanha, não mudou seu pensamento. Mas querermos saber como pensam os que, dentro da máquina do governo, operam diretamente esse processo - afirmou o senador.

Efraim Morais argumenta que o ministro do Desenvolvimento Agrário e o presidente do Incra foram postos sob suspeita pelos proprietários rurais. A razão disso seria o suposto empenho inicial de ambos em revogar a medida provisória que criminaliza as invasões e considera as terras invadidas indisponíveis para a reforma agrária por dois anos.

Na avaliação do senador, a posição do governo nesta questão tem sido ambígua. Ele lembrou que na ultima segunda-feira (17) o presidente do PT, José Genoíno, afirmou, declaração ao jornal Estado de S. Paulo, que apóia as manifestações dos sem-terra "desde que feitas dentro da lei". O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, acrescentou o senador, também avisou que punirá excessos.

Ao classificar como dúbia a posição do governo, Efraim Morais disse que, enquanto integrantes e partidários do governo fazem essas declarações, as lideranças do MST saem de uma reunião de cinco horas no Palácio do Planalto avisando que as invasões vão continuar, e chamando as ocupações de "pressão benéfica" sobre o governo Lula, para que este agilize a reforma agrária. Segundo o senador, o mesmo MST teria dito que reservou o mês de abril para invasões em massa, dentro de um movimento batizado de "Latifúndio Zero".

- A reforma agrária é indispensável e o clamor dos trabalhadores rurais respeitável e procedente. Não será, porém, por meio da violência e da coação - que não discrimina seus alvos, agredindo tanto especuladores como produtores, geradores de emprego e renda - que iremos avançar e gerar justiça social - finalizou o senador.



25/03/2003

Agência Senado


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