Efraim pede a Dirceu que esclareça tudo em CPI
O líder da minoria, senador Efraim de Morais (PFL-PB), fez um apelo nesta segunda-feira (dia 1º) ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, para que esclareça o caso Waldomiro Diniz no Congresso Nacional, de preferência diante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
- Se estivesse no lugar do ministro, tomaria de imediato duas decisões: viria a esta Casa prestar todos os esclarecimentos necessários e, simultaneamente, me licenciaria do cargo de ministro chefe da Casa Civil até que tudo se esclarecesse - afirmou.
Efraim lembrou que as lideranças petistas costumavam afirmar que a CPI era "um santo remédio" para os males da política. Segundo ele, o colunista Cláudio Humberto registrou em sua coluna do último sábado, que o hoje líder do governo no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse em janeiro de 2001 que "CPI é ética na política, é transparência, é controle do Judiciário, é o fim da corrupção que o povo pede nas ruas".
- Trata-se de permitir que se desfaçam as nuvens cinzentas da suspeita que pairam sobre o Palácio do Planalto. É claro que o escândalo tem dimensão bem mais ampla, menos pelo que revela e mais pelo que sugere estar escondendo. Waldomiro Diniz era uma espécie de alter ego de José Dirceu, o que o fazia ser chamado nesta Casa, em que atuava como assessor parlamentar, de "ministro", embora não o fosse - frisou.
O senador também citou as acusações do ex-secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, que afirma ter alertado o PT, desde 2002, sobre as irregularidades cometidas por Waldomiro Diniz. Efraim lembrou que Soares disse ter participado de um jantar com os hoje ministros Antonio Palocci e Luiz Dulci, quando alertou "para a existência de esquemas de corrupção no Rio (de Janeiro)".
- Apesar disso, nenhuma providência foi tomada. Ou por outra, foi: meses depois, o senhor Waldomiro Diniz ganhava gabinete contíguo ao do chefe da Casa Civil, no Palácio do Planalto, no andar de cima do gabinete presidencial. Daí porque insistimos numa CPI. Por muito menos, o Congresso instalou uma contra Paulo César Farias. E digo muito menos porque PC não possuía gabinete no Palácio do Planalto nem era funcionário público - afirmou.
01/03/2004
Agência Senado
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