Efraim teme que BC, pressionado, não aceite queda de juros
O Banco Central quer existir e decidir à revelia da sociedade, como se fosse uma instância superior, afirmou nesta quarta-feira (11) o senador Efraim Morais (PFL-PB), ao chamar atenção para a possibilidade de que o BC, para dar a impressão de ser instituição imune a pressões políticas, não decida pela queda de juros, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima semana. De acordo com o líder da oposição, foi o que aconteceu no mês passado, na última reunião do Copom.
- A imprensa informou amplamente que um dos fatores fundamentais para que a taxa de juros não baixasse foi exatamente a pressão política sobre o Banco Central. Dizia-se que se cedesse às pressões pareceria, diante do mercado e da comunidade financeira internacional, um organismo frágil, ainda que as condições macroeconômicas já fossem favoráveis à queda dos juros - disse o senador.
Efraim acusou o Banco Central de ter infligido um sofrimento desnecessário à população com esta postura.
- O país foi penalizado com mais um mês de juros estratosféricos simplesmente para não abalar a imagem de independência do Banco Central - protestou.
O senador comentou as declarações do ministro do Planejamento, Guido Mantega, contra os altos juros e salientando que há condições para que as taxas caiam. Efraim disse temer que as declarações do ministro sejam interpretadas como pressão política, -o que poderia resultar em mais um mês sem que a Selic [taxa básica de juros do BC] caia-.
Em aparte, o líder do PFL, Agripino Maia (RN), disse que os empresários já alertam para o desestímulo à atividade econômica, expresso pelas altas taxas de juros. O mesmo posicionamento foi expresso pelo senador Leonel Pavan (PSDB-SC), que chamou atenção para o risco que corre o país, a se manterem as atuais taxas.
No mesmo pronunciamento, Efraim pediu o apoio da bancada do PT no Congresso na defesa da garantia dos direitos dos servidores públicos, ante a proposta de reforma da Previdência. Ele lembrou que o PT, no passado, sempre se posicionou de maneira veemente contra a cobrança de 11% dos aposentados.
11/06/2003
Agência Senado
Artigos Relacionados
Efraim Morais teme que indefinição do novo governo atrase programas de telecomunicações
Azeredo teme possível aumento de juros
Efraim registra queda do Brasil no ranking da competitividade
Efraim prevê calote dos municípios com queda no repasse do FPM
Efraim critica empréstimos a juros baixos do BNDES a países estrangeiros
Suplicy defende queda de juros