Eleição já provoca trocas de cadeiras







Eleição já provoca trocas de cadeiras
As eleições estão chegando e as mudanças no panorama político começam a acontecer, já visando o próximo pleito. Na Câmara Legislativa, é claro que todos apostam na reeleição, principalmente os deputados distritais que apóiam o governo. São eles alguns dos personagens do troca-troca de posições que deverá ocorrer a partir de fevereiro, nas administrações regionais e secretarias de governo.

O governador Joaquim Roriz já desenhou sua estratégia em relação aos postos que pretende renovar. Ele quer, por exemplo, dinamizar o trabalho em Ceilândia e para conseguir seu objetivo levará para a administração da cidade o administrador Milton Barbosa, atualmente cuidando do Riacho Fundo.
Barbosa é pessoa de confiança da secretária Maria Abadia, coordenadora das administrações regionais e candidata a vice-governadora na chapa de Joaquim Roriz. Marco Lima, administrador do Lago Norte, também conta com o apoio de Maria Abadia e só deve deixar o cargo que ocupa em abril para concorrer a uma vaga na Câmara Legislativa.

Na dança das cadeiras entram vários deputados. Daniel Marques deixará a Secretaria do Trabalho para administrar Planaltina. Anilcéa Machado vai para a Administração de Sobradinho e Carlos (ex-Adão) Xavier sairá da Câmara Legislativa para Samambaia. Por enquanto, esses são os nomes confirmados para os novos postos. Porém, no encaminhamento do processo deverão ocorrer outras mudanças.

E as alterações nos cargos devem ocorrer no máximo até fevereiro, porque todos os interessados em disputar as eleições de outubro devem se desincompatibilizar dos cargos que ocupam seis meses antes do pleito.
Se tomarem posse em fevereiro, deverão deixar seus postos no final de abril. E entre os interessados em disputar a reeleição estão Odilon Aires, atual secretário de Assuntos Fundiários; Tadeu Filippelli, secretário de Obras (concorrerá à reeleição para Câmara dos Deputados) e Edimar Pirineus, secretário de Indústria e Comércio. Ivelise Longhi, secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, e Antônio Barbosa, de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, vão disputar uma vaga para a Câmara Distrital.


Enchente causa estragos na cidade de Goiás Velho
Declarada Patrimônio da Humanidade em dezembro, teve agora monumentos destruídos .

A cidade de Goiás Velho, antiga capital de Goiás e declarada Patrimônio Histórico da Humanidade, pela Unesco, em dezembro passado, teve grande parte de seu centro histórico destruído pela enchente do Rio Vermelho, que corta a cidade, no primeiro dia do ano. A previsão é de que as chuvas continuem em Goiás
As fortes chuvas que caem na região provocaram o transbordamento do rio, causando vários estragos na região. Símbolos da cidade, como a casa da poetisa Cora Coralina e a Cruz do Anhangüera, um dos símbolos da penetração bandeirante no estado, foram danificados. O Hospital Municipal foi parcialmente danificado. Uma farmácia pública foi destruída com perda de R$ 100 mil em medicamentos destruídos.

Várias casas desabaram, mas não há notícias de mortos ou feridos. Os desabrigados foram para igrejas e escolas da cidades. Cento e cinquenta homens da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram convocados para dar suporte nos trabalhos, segundo o governo estadual.
A Defesa Civil alerta para os problemas também nas estradas. Na GO-070, que liga Goiás ao rio Araguaia, duas pontes estão interditadas: uma entre Araguapaz e Faina e a outra em Jussara. De acordo com ambientalistas, a cidade de Goiás ainda terá que fazer muito pelo meio ambiente para não sofrer novos prejuízos, como a perda de monumentos coloniais devido à enchente no Rio Vermelho na virada do ano.
Ambientalistas como Ronaldo Borges, que acompanham a situação na antiga capital goiana, acusam o desmatamento secular das nascentes do Rio Vermelho, bem como a destruição anual causada pelos incêndios florestais nos morros em volta da ex-Vila Boa, como a principal causa das atuais enchentes, mais violentas do que em anos anteriores.

As nascentes do rio, onde os bandeirantes descobriram ouro em 1725, foram desmatadas e o leito está assoreado, o mesmo acontecendo com grotas dos pequenos afluentes. O fogo é uma constante na região, na época da seca, sem que a Agência Ambiental de Goiás multe os responsáveis.
Sem a cobertura vegetal, quando há fortes chuvas como nos últimos três dias a água não é retida pela vegetação para infiltração, passando a correr na superfície. Estas correntezas pluviais, ou enxurradas, caem no Rio Vermelho que, ao descer a serra, chegam a Goiás Velho com toda a força.
Para o ambientalista, o governo do estado precisa também implantar logo as unidades de conservação, como parques e áreas de proteção ambiental, caso não queira enfrentar problemas com a Unesco para manter o título.

Minas, ES e Alagoas são atingidos
Além do estragos em Goiás Velho, o primeiro dia do ano começou com muito trabalho para moradores de Minas Gerais, Espírito Santo, e Alagoas. Os estados registraram fortes chuvas com inundações e deslizamentos no último dia de 2001. Ontem, as famílias tentam voltar para casa, e os municípios faziam as contas dos prejuízos.
O mau tempo atingiu em cheio o norte capixaba. Ocorreram desabamentos de muros e barrancos em Colatina, Barra de São Francisco e São Gabriel da Palha. Não houve registro de feridos, mas há prejuízos materiais.

As cidades de Açucena e de Dom Joaquim, no interior mineiro, estão em estado de calamidade pública depois que temporais na tarde de segunda-feira. O centro de Açucena foi bastante atingido com dezenas de desabrigados e desalojados. Mais de cem residências foram danificadas e oito destruídas. Os alagamentos obrigaram a saída de cerca de 350 pessoas de suas casas. Mais 12 municípios mineiros decretaram situação de emergência.

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil contabilizava ontem 91 feridos, 5.363 pessoas atingidas, 1.373 desabrigadas e 1.595 desalojadas. A chuva destruiu 271 residências e danificou parcialmente outras 2.965.
As fortes chuvas que caem desde a madrugada de ontem em Maceió, em Alagoas, provocaram deslizamentos, atingindo duas residências, mas sem deixar vítimas fatais. A Defesa Civil está de prontidão e já retirou diversas famílias que ocupam casas em pontos considerados críticos. A previsão é de que as chuvas continuem.

Internado desde o Natal, depois que sua casa foi soterrada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o tecelão Carlos Henrique dos Santos, de 60 anos, morreu na noite de segunda-feira. Ele foi a 66ª vítima das últimas chuvas no estado – a 50ª na cidade imperial. O Inmet prevê pancadas de chuvas fortes para hoje na região.


Economia começa o novo ano ainda com um pé atrás
Nem muito pessimismo, nem muito otimismo, este é o conselho de especialista brasiliense.

Nem tão bom quanto parece e nem tão ruim quanto poderia ser. Assim será a situação econômica do País para esse ano. A opinião é do vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (CRE), Roberto Bocaccio Piscitelli. De acordo com ele, ainda está muito cedo para o clima de otimismo que tomou conta dos brasileiros no fim do ano passado. "Existe uma sensação de alívio porque houve uma diminuição da sensibilidade, ou reflexos, do que acontece na Argentina. A crise não nos atingiu como tinha se previsto, mas isso não é motivo para euforia", explica Piscitelli.

As crises de energia, da Argentina, o desaquecimento da economia mundial, a situação do dólar e as eleições são fatos preocupantes e devem deixar a economia um pouco instável. Para o economista, a possibilidade de o racionamento de energia ser retomado no segundo semestre é grande e causaria, mais uma vez , queda na produção nacional. Além disso, os reajustes de energia para cobrir as perdas das distribuidoras e o aumento de impostos como IPVA e IPTU também podem comprometer o crescimento da economia e a meta de inflação do governo estipulada em 3,5% para o ano.

Outra expectativa não muito boa é a provável alta do dólar ainda nos primeiros meses desse ano. De acordo com Piscitelli, a moeda americana não deve alcançar a cotação "exagerada" do fim do mês de agosto. "A queda do dólar foi muito acentuada em dezembro, mas a desvalorização teve a ajuda importante do Banco Central com a venda de títulos cambiais durante todo esse tempo. Agora sem esse apoio é que poderá se observar o comportamento real do dólar", explica o vice-presidente da CRE.

No entanto, na opinião dele, a pressão sobre a economia nacional não é mais tão grande graças ao superávit alcançado na balança comercial, que calcula a diferença entre as importações e a exportações. "A balança está contribuindo para minimizar nossos problemas, pois graças a ela precisamos de menos dólares e menos esforço", afirma Piscitelli.

Por outro lado, o superávit foi causado, em parte, pela valorização da moeda americana. Portanto, caso o dólar se mantenha no patamar de R$ 1,30 poderá haver déficit na balança para os próximos meses. "Isto é o que chamo de superávit virtuoso. Uma coisa é se ter um superávit com crescimento, outra é gerá-lo encolhendo", explica. "Vamos ter que esperar para ver como reage a balança com essa taxa de câmbio", completa o economista.

Quanto a situação da Argentina, Piscitelli assume uma postura mais otimista. "O Brasil absorveu os problemas da crise Argentina lentamente e isso foi muito favorável. Mesmo a inevitável desvalorização do peso argentino não será um grande problema", afirma. Ainda segundo ele, as instituições financeiras mundiais devem socorrer o país vizinho. A medida deve evitar a improvável, mas não impossível, contaminação da economia brasileira. "No entanto, se não houver uma solução rápida para a Argentina o investidor estrangeiro pode ter aumentada a percepção de risco em investimento em países como o Brasil", completa.

As eleições marcadas para esse ano devem gerar uma insegurança nos investidores nacionais. "Não temos uma experiência de alternância de poder. Se, por exemplo, a esquerda ganhar será a rigor nossa primeira experiência por não termos vivido isso ainda os investidores não sabem como o País vai reagir", explica o vice-presidente do CRE. "Além disso, os investimentos estrangeiros que entraram no País ano passado são muito voláteis e podem ir embora com muita rapidez caso haja qualquer sinal de perigo", diz.

O que pode acontecer
 O dólar deve subir ainda nos primeiros meses porque o mercado não terá mais as intervenções do Banco Central.
 Mesmo em alta a moeda americana não ficar abaixo dos de outubro e novembro, por volta de R$ 2,50.
 A Argentina deve ser socorrida por instituições financeiras e desvalorizar o peso.
 O Brasil deve perder um pouco de espaço nas exportações com a desvalorização do peso argentino, que dará maior competitividade aos produtos argentinos.
 Os aumentos dos impostos e de tarifas de serviços devem pressionar a inflação para cima e o índice deve fechar o ano em 4%.
 O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional deve ficar em torno de 2%.
 O primeiro semestre será mais conturbado que no ano passado, mas o País deve recuperar uma certa estabilidade a partir da segunda metade de 2002.
 As eleições devem gerar uma diminuição na entrada de capital estrangeiro no País por deixarem o investidor internacional um pouco mais receoso.
 O momento mais favorável para arranjar trabalho será no segundo semestre quando a economia estará mais aquecida.


Comércio do DF espera melhorias
Os setores industrial e comercial do Distrito Federal começam o ano com precaução, mas otimistas. Para o comércio, a grande expectativa para 2002 é a possível queda na taxa de juros do País. Segundo o presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio), Adelmir Santana, o corte nos juros pode significar um bom impulso para o comércio. "Se essa redução nos juros realmente ocorrer teremos, com certeza, uma melhoria no setor", afirma Santana.

Outros dois acontecimentos também devem aquecer o comércio esse ano. As eleições e a Copa do Mundo serão os dois principais trunfos do comércio para fechar o ano de 2002 com números melhores que os alcançados ano passado. Segundo dados da Fecomércio, até novembro de 2001 o setor acumulava uma queda nas vendas de 9,71% no ano, em comparação ao ano anterior. "O comércio deve crescer, mas é um tremendo engano fazer previsões muito otimistas", adverte o presidente da Fecomércio.

No entanto, o começo do ano não será muito positivo tanto para o comércio quanto para a indústria. "Os dois primeiros meses são historicamente de marcados por queda nas atividades econômicas", explica Santana. Para quem está desempregado o período também não será muito favorável. "Até mesmo o número de contratações temporárias caiu ano passado, por isso no começo desse ano não devemos esperar grandes oportunidades", diz Santana.

Para a indústria as expectativas são um pouco melhores. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Lourival Dantas, esse ano será bem melhor que o ano passado. "Como não devemos ter todas as crises que tivemos ano passado a tendência é que seja um ano de reaquecimento para o setor", afirma Dantas. Na opinião dele, o setor deve ter um crescimento de 5%, apesar das previsões nacionais ficarem em torno de 2,5%. Ainda segundo ele, as eleições são o principal fator para o aquecimento da economia.

No entanto, o presidente da Fibra adverte para complicações no primeiro trimestre. "Este é um período tradicionalmente desaquecido. Porém, da metade do segundo trimestre em diante a indústria deve crescer muito bem", diz Dantas. Segundo ele, o nível de empregos também deve crescer a partir de meados de maio. "Devemos ter um incremento bom na oferta de emprego nesse período", afirma.


Artigos

Apocalipse agora
Cláudio Lysias

Joseph Conrad, escritor polonês que optou por nacionalidade e língua inglesas, escreveu Coração das Trevas (Heart of Darkness) em 1898, mas o livro só foi publicado em 1902, em Londres. Coração das Trevas, uma narrativa curta de 126 páginas, é uma obra-prima. O livro foi reeditado ano passado pela editora Nova Alexandria e seu centenário vale ser comemorado, sobretudo por estar de volta às telas o filme que o devolveu aos leitores com novas leituras, o soberbo (não há outra palavra) Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, agora em sua versão Redux (revisitada), com 49 minutos acrescentados à primeira versão, de 1979, que tinha duas horas e meia de projeção. O filme deve estrear em Brasília nesta ou na próxima semana.

Livro e filme voltam ao cenário num momento em que o mundo ocidental mergulha mais uma vez em terras distantes para fazer justiça à sua maneira ou corrigir velhos erros. No livro, o capitão Marlow, oficial da marinha mercante inglesa como Conrad, desce o Rio Congo em busca de Kurtz, agente de uma empresa ocidental no interior do Congo, que “enlouqueceu”. Marlow precisa fazer um relato sobre Kurtz à sua noiva (dele), na Inglaterra, mas as lembranças do sadismo, da perversão, do selvagerismo a que se entregou Kurtz, impedem que conclua sua missão. Fica o horror.

No filme, o capitão Willard é encarregado pelo comando norte-americano no Vietnã de localizar e eliminar o coronel Kurtz no Camboja. Kurtz criou uma milícia particular e resolveu fazer a sua própria Guerra do Vietnã. O Kurtz do fil me também “enlouqueceu”. Ele semeia o horror, um horror não muito diferente da guerra provocada pelos "normais" do exército. Williard desce o Rio Mekong em busca de Kurtz e o que passa pela sua frente é o retrato mais cru e brilhante de uma guerra já visto na história do cinema.
Conrad e Coppola, cada um à sua maneira, mas sempre com engenho e arte, mostram entre outras coisas que o colonialismo é uma doença difícil de ser curada, que provoca outras doenças, e que não há limite ou fronteira (no caso de Coppola) entre loucura e lucidez numa guerra insana. Ao revisitar Apocalypse Now e incluir cenas que ficaram de fora na primeira versão, Coppolla reforça a visão que Conrad traça do colonialismo, ao mostrar que os norte-americanos se meteram no Vietnã para dar continuidade a uma guerra colonial iniciada pelos franceses, também derrotados.

Não seria exagero dizer que as obras de Conrad e Coppola iluminaram o século passado e começam a iluminar este. Osama bin Laden, de certa maneira e forçando um pouco a barra, é uma espécie de Kurtz. Treinado pela CIA para combater os soviéticos no Afeganistão, o ensandecido milionário também “enlouqueceu”. Resolveu travar sua guerra particular e levou o horror anunciado por Conrad e Coppola às últimas conseqüências, ao misturar terror, ousadia, fanatismo e religião num coquetel para lá de explosivo.

Os Marlow e Williard de agora estão no Afeganistão para localizar e eliminar o novo Kurtz, com a certeza, infelizmente, de que novos Kurtz sempre surgirão em um mundo regido pelo colonialismo político e cultural, pela intolerância religiosa e pela barbárie, seja ela provocada pela miséria ou pela intolerância. Cem anos depois da publicação de Coração das Trevas, “o horror, o horror” gritado por Conrad e repetido por Coppola, permanece.


Colunistas

Claudio Humberto

Senado: nomeações na moita
O presidente do Senado, Ramez Tebet, fechou o ano sem revolver o problema dos aprovados no concurso da Secretaria de Comunicação, em 1998, e cuja vigência expira no dia 1º de fevereiro. Trinta aprovados ainda aguardam nomeação. Tebet prefere contratar pessoal terceirizado. Assim, sobrenomes ilustres não precisam aparecer no Diário Oficial.

Trem da alegria
Servidores do Senado elaboram a lista de parentes e amigos nomeados pelos senadores, sem concurso, por meio de empresas de terceirização de mão-de-obra. Como o caso de uma filha do senador Nabor Júnior (PMDB-AC), contratada pela TV Senado, ou de um casal aparentado do senador Carlos Wilson (PPS-PE), primeiro secretário da mesa.

Cai a máscara
O namorado da prefeita de São Paulo não se chama “Luis Favre”, como diz, mas Felipe Belisario Wermus, como esta coluna revelou ontem. Ele militava na Quarta Internacional/Centro Internacional de Reconstrução (QI/CIR), nos anos 70, quando fugiu do seu país. É irmão do conhecido porra-louca José Saul Wermus, que também usa nome falso (“Jorge Altamira”), dirigente do Partido Obrero argentino, igualmente trotskista.

Dois pesos, duas medidas
Para justificar a recusa de não noticiar o seqüestro da filha de Sílvio Santos, apesar dos apelos da família e da polícia, a TV Globo até escalou os seus ideólogos para explicar na Globonews que a sua opção não colocava em risco a segurança da seqüestrada. Deve ter mudado de idéia após o seqüestro do publicitário Washington Olivetto.

De olho em Davos
O ministro José Serra (Saúde) planeja permanecer no cargo pelo menos até o Fórum Mundial em Davos, na Suíça. É que ele conseguiu ser incluído na lista dos ministros mais importantes do mundo, que divulgarão durante o fórum um conjunto de propostas para governos. Ele acha que a repercussão desse encontro pode alavancar sua candidatura.
Vida melhor
A jovem advogada Adriana Barreto circula feliz em Salvador com o novo namorado (boa pinta, 40 anos mais jovem que o ex-ACM) e à frente de seu escritório de cobrança, um dos maiores da Bahia. Funciona na Av. Manuel Dias da Silva, no bairro da Pituba, emprega dezenas de ex-colegas de faculdade e tem contas importantes, como a do Baneb.
Novos critérios
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) quer começar o ano provocando uma discussão nacional sobre os critérios de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Pelo critério atual, o sucessor de FhC poderá indicar cinco dos 11 ministros do STF. Um poder absoluto.
Torcida brasileira
O governo brasileiro torce para que o governador de Córdoba, José Manuel de la Sota, seja eleito presidente da Argentina. Ex-embaixador em Brasília, ele é grande amigo do Brasil. Tanto que não apenas atendeu seu pedido de criar um consulado geral em Córdoba, como designou para chefiá-lo um diplomata de primeira: o ministro Paulo Alberto da Silveira Soares.
A moda está pegando
Rita de Cassia Gonçalves da Silva é outra correntista vítima da CEF. Depositou R$ 1.500 numa agência do Centro do Rio. O dinheiro sumiu: o envelope estava vazio, sem mencionar número de conta, valor etc. Tem os comprovantes de que sacou antes do HSBC, mas ninguém na CEF avisou do sumiço. Vem sendo humilhada e pensa em processar a Caixa.
Vai que é teu, hermano
...Fernando por Fernando, FhC para presidente da Argentina!
Imunidade é a meta
FhC não quer emprego ou tribuna, ganhando cargo de senador vitalício. Segundo importante líder governista, ele quer imunidade. Não deseja passar vexames como os ex-presidentes Alberto Fujimori, obrigado a fugir para o Japão, Carlos Menem, que ficou em cana cinco meses, ou Fernando De la Rúa, proibido de sair do país pela Justiça argentina.
Bom prognóstico
O senador Teotônio Vilela (AL) tem diverticulite, o mal que atormentou Tancredo Neves. Mas, no caso do filho do Menestrel das Alagoas, o prognóstico é bom – diz o colunista Jorge Oliveira, que revelou o fato.
A mulher do embaixador
Após 40 anos de vida diplomática, o embaixador Carlos Alberto Leite Barbosa merece aproveitar a vida. De volta, ele foi curtir a natureza em Búzios, Rio. E que natureza: ela aparece em todo o seu esplendor na foto dele com a mulher, a francesa Marie-Laure, no Perú Molhado, site operumolhado.com.br/peru/peru523/personagem.htm
Mostruário ruim
É corriqueiro o superfaturamento de granito dos aeroportos, como em Salvador, segundo importante industrial do setor, “principalmente quando a empreiteira OAS está no meio”. Além de superfaturado, o granito é ruim, “o refugo do refugo”, transformando os nossos aeroportos em showrooms de má qualidade, para importadores em visita ao País.
Ciência sem fronteiras
A liderança da pesquisa genética em agricultura da USP é destaque no Washington Post. Após quebrar o código genético da bactéria Xylella fastidiosa, o Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo pode salvar os vinhedos da Califórnia, onde a praga se espalha. Os EUA deram US$ 300 mil para os brasileiros, que trabalham agora com a Xanthomas campestris na laranja e em outra praga da cana-de-açúcar.

Poder sem Pudor
Trocando as bolas
Herbert Levy sempre foi uma espécie de Franco Montoro que não deu certo. Como o falecido ex-governador paulista, o dono da Gazeta Mercantil confundia nomes e pessoas. Certa vez tomou por garçom o deputado Henrique Córdova, que bateu à sua porta, e depois gastou boas duas horas tentando convencer dois cavalheiros nordestinos a votarem nele, na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Só depois de gastar muita saliva ele descobriu que os interlocutores não eram deputados, mas os jornalistas Rangel Cavalcanti e Dário Macedo.


Editorial

Acordo fracassado

Criado para renegociar dívidas tributárias, o Programa de Refinanciamento Fiscal (Refis) pode acabar se revelando uma bomba de efeito retardado. Segundo dados da Federação de Indústrias do DF (Fibra), entre 350 e 400 mil trabalhadores podem ficar desempregados se o governo mantiver as regras iniciais do programa, no caso de desligamentos. Este ano 129 mil empresas aderiram ao Refis, mas apenas 37 mil continuam no programa. O dado mais grave, no entanto, mostra que as empresas que permanecem pagando os impostos atrasados são responsáveis por 62% do montante. O que revela que as empresas menores são as que mais dificuldade têm de pagar as mensalidades acordadas.
O Refis foi uma iniciativa para que o governo recuperasse, mesmo a longo prazo, R$ 146 bilhões que deixaram de ser recolhidos pelas empresas brasileiras em impostos. Seria uma forma do governo aumentar sua arrecadação. Alguma coisa saiu errado nos cálculos otimistas do governo. Agora será necessário um reestudo que não dê vantagens a quem sonega, mas também que possa salvar as empresas da inadimplência.


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01/02/2002


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