EM 5 ANOS, TODO CARRO OFICIAL TERÁ DE SER MOVIDO A ÁLCOOL
O plenário aprovou hoje (terça, dia 26) projeto que determina a substituição de todos os carros oficiais do país por veículos movidos a combustíveis renováveis, como o álcool. Motoristas de táxi também terão de ficar com carro a álcool se quiserem isenção de impostos quando forem comprar novo veículo. O projeto, oriundo da Câmara, será encaminhado agora ao presidente da República, para sanção.
- Este projeto ajudará na reativação do Proálcool, um grande gerador de empregos neste país - afirmou o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), relator da matéria pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O senador Geraldo Melo (PSDB-RN) observou que a produção de álcool é "o único grande setor da economia que ainda está totalmente em mãos nacionais", lembrando que as indústrias de automóveis pretendem produzir nos Estados Unidos 550 mil veículos por ano movidos exclusivamente a álcool, o que contribuirá para reduzir a poluição atmosférica.
Os senadores Francelino Pereira (PFL-MG) e Arlindo Porto (PTB-MG) advertiram que as montadoras precisarão de pelo menos 18 meses para oferecerem ao mercado versões a álcool de seus atuais veículos, como manda o projeto. Para eles, os taxistas poderão ser prejudicados pela falta de modelos a álcool, mas ambos destacaram a importância do projeto para reativar o Proálcool e o número de empregos no meio rural.
O projeto aprovado exclui os portadores de deficiências físicas da obrigatoriedade de comprar carro a álcool se quiserem redução de impostos. Um artigo da proposta determina a ampliação, em 50%, nos prazos dos consórcios de veículos movidos a combustíveis renováveis. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que, além do álcool, alguns óleos vegetais podem substituir o óleo diesel nos veículos, entre eles o óleo de mamona. "Este é um projeto estratégico, pois basta uma crise no Golfo Pérsico para o mundo enfrentar problemas no abastecimento de petróleo, sem considerar que dentro de 30 a 40 anos as reservas petrolíferas estarão bastante reduzidas", acrescentou Requião.
Osmar Dias (PSDB-PR) citou que o setor sucro-alcooleiro oferece 22% dos empregos do meio rural e que 66 mil produtores rurais plantam cana para abastecer as 346 usinas de álcool e açúcar do país. Já Romeu Tuma (PFL-SP) disse que as usinas têm melhorado muito o tratamento dado aos cortadores de cana, inclusive oferecendo comida quente. Coutinho Jorge (PSDB-PA) destacou a importância do álcool para reduzir a poluição atmosférica e o chamado efeito estufa. "Até os Estados Unidos, responsáveis pelo lançamento de 36% de todo dióxido de carbono na atmosfera do planeta, estão incentivando o uso de carros a álcool."
O plenário rejeitou um pedido do senador Jefferson Péres (PSDB-PA) para que fosse suprimido o artigo do projeto que só permite isenção de imposto para taxista que comprar carro a álcool. Ele disse que o Congresso precisava ter ouvido os motoristas de táxi.
26/05/1998
Agência Senado
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