Em Congonhas, Demóstenes assiste a vídeo com imagens da tentativa de aterrisagem do avião da TAM



O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), visitou o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesta quarta-feira (18), e assistiu a um vídeo do sistema de segurança interna do aeroporto que mostra imagens do avião da TAM desde o momento em que a aeronave toca a pista de pouso até o momento no qual "desaparece do vídeo". O senador assistiu ao vídeo logo após uma reunião com representantes da Infraero, na superintendência da estatal em Congonhas, e contou tudo o que viu em uma entrevista coletiva à imprensa, logo depois. Demóstenes Torres disse que, a partir de agora, o delegado da Polícia Federal (PF) Renato Sayão vai acompanhar todas as investigações em nome da CPI.

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- O que dá para mostrar é o seguinte: que em determinado trecho, onde as aeronaves que estão desacelerando desaceleram num tempo de 11 segundos, a aeronave passa por aquele trecho em pouco menos de 4 segundos, ou seja, ela estava em uma velocidade superior a das demais aeronaves naquele trecho. Pelo padrão das demais aeronaves, dá a impressão que passava por ali de uma forma mais forte, não sei se escorregando, não sei se acelerando, isso a perícia vai descobrir - resumiu o senador.

De acordo com Demóstenes, Congonhas possui câmeras de vigilância que monitoram as dependências do aeroporto ininterruptamente. As câmeras gravam desde pessoas entrando no aeroporto até os pousos e decolagens de aeronaves, explicou o senador. Ele acrescentou que o vídeo mostra que estava chovendo durante a tragédia, mas não era uma chuva forte.

- O vídeo só mostra enquanto o avião está na pista, o vídeo não tem a imagem do avião baixando, tem a imagem dos clarões das explosões, duas explosões que aconteceram em segundos. Mas, a partir do momento que o avião deixa a pista, não aparece mais no vídeo. Não dá para afirmar que a aeronave pousou com velocidade superior ao normal - completou.

Para o senador, uma atitude que deve ser tomada pelas autoridades é o fechamento imediato da pista principal de Congonhas e a responsabilização das "pessoas que liberaram a pista para uso de forma indevida e inadequada". Demóstenes também informou que as duas caixas-pretas da aeronave já foram localizadas e devem ser enviadas para degravação nas próximas horas. A degravação deve ficar pronta em, no máximo, três dias.

- Congonhas tem de ser desinflado, não dá para operar aqui com 18 milhões de passageiros com uma capacidade de operação de 12 milhões. Congonhas está operando muito acima de sua capacidade. O número de passageiros no Brasil aumenta 12% ao ano, um dos maiores índices do mundo - afirmou Demóstenes ressaltando que o crescimento registrado no Brasil é superior ao da China, de 11% ao ano, e que um acidente como esse evidencia que o sistema aeroportuário brasileiro "está falido".

Além da designação do delegado federal para acompanhar as investigações, Demóstenes avisou que já foi solicitada uma perícia do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o local do acidente. Tal perícia, acrescentou o relator, será executada pelo Exército brasileiro.



18/07/2007

Agência Senado


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