Embaixadora americana quer fim de taxas para vistos



Na reunião desta quinta-feira (18) da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o presidente da comissão, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), leu carta enviada pela embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, tratando do caso de extradição da médica Márcia Barbosa, que, em outubro, foi mandada de volta ao Brasil por não ter visto correto para participar de congresso nos Estados Unidos.

A embaixadora explicou que a médica só tinha visto de turista, mas afirmou às autoridades que viajava para um congresso. Como as normas de entrada no país foram tornadas mais rígidas depois de 11 de setembro, as autoridades do Texas decidiram impedir a entrada de Márcia Barbosa no país, mandando-a de volta ao Brasil.

A embaixadora lamentou que muitas vezes as pessoas não tiram o visto correto, por terem que pagar taxas para isso, e pediu o fim dessas taxas. Donna Hrinak afirmou que os Estados Unidos desejam parar de cobrá-las, mas que só podem fazê-lo se o Brasil assim também o fizer. A embaixadora disse ainda que o seu país está investindo na divulgação das normas corretas para viagens aos Estados Unidos, de forma que esse tipo de problema não mais aconteça.

A carta foi motivada por requerimento dos senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Hélio Costa (PMDB-MG), questionando os motivos dos problemas sofridos pela médica no dia 19 de outubro. O senador Jefferson Péres (PDT-AM) considerou a carta esclarecedora e lembrou que os americanos vivem no -culto à lei-. -Quem tem visto de turismo e tentar fazer outra coisa lá terá problemas-, disse.

Hélio Costa defendeu a extinção das taxas cobradas para emissão de visto e afirmou que a carta é fiel ao fato ocorrido com a médica. Eduardo Azeredo afirmou que Márcia Barbosa levou o visto errado por desconhecimento e destacou a importância de haver uma campanha de esclarecimento à população. Suplicy anunciou que terá audiência com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, e pedirá o fim das taxas de vistos para viagens dos Estados Unidos para o Brasil, de forma que aquele país possa tomar atitudes recíprocas.

Foi discutido ainda intensamente requerimento do senador Eduardo Suplicy pretendendo que o Senado se manifeste junto ao governo dos Estados Unidos e à Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo que o julgamento do ditador iraquiano Saddam Hussein seja feito por uma corte internacional e sem a possibilidade de pena de morte. Os senadores se posicionaram a princípio contrários ao requerimento, que, de qualquer forma, só poderia ser votado em fevereiro, uma vez que não consta da pauta da convocação extraordinária.

Hélio Costa classificou Saddam de um -ditador sanguinário-; Jefferson Péres lembrou que Saddam invadiu o Irã e o Kuwait; Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou ser contra todas as ditaduras; Eduardo Azeredo se disse contrário ao requerimento; e Demostenes Torres (PFL-GO) afirmou que tal medida seria uma intromissão nas leis iraquianas, uma vez que naquele país existe pena de morte.



18/12/2003

Agência Senado


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