EMILIA COBRA REGULAMENTAÇÃO RÁPIDA DE LEI QUE PREVÊ CIRURGIA REPARADORA DA MAMA
A senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) pediu nesta sexta-feira (dia 23), em plenário, que o governo federal sancione e regulamente "o quanto antes" a lei que determina a realização de cirurgia plástica reparadora da mama pelas unidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto, aprovado no último dia 19 pelo Senado, estabelece que o governo tem um prazo de 180 dias para regulamentar a lei.Para a senadora, a aplicação urgente da lei é fundamental, visto que dados do Instituto Nacional do Câncer estimam que, em 1999, o Brasil terá 31,2 mil novos casos de câncer de mama e 7,2 mil mortes. Além disso, continuou, o câncer de mama é o mais freqüente e o que mais mata mulheres entre 20 a 49 anos no Rio Grande do Sul.- A mulher é a pedra fundamental da família. Por conseguinte, a sua saúde é um requisito que condiciona a saúde de toda a família e, por extensão, das comunidades e da sociedade. A saúde da mulher é o caminho e a destinação mais segura de recursos para a saúde de todos - afirmou a senadora.Emilia criticou a insensibilidade dos governantes com a saúde da mulher. Segundo ela, os programas voltados para a assistência à população feminina são marcados pela descontinuidade e pela falta de recursos.- É chegada a hora de questionar, adotar medidas, organizar-se, exigir recursos, resultados e responsabilidades - disse.Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) afirmou que o debate suscitado por Emilia é dos mais importantes, pois trata da "saúde de mais da metade da população que também é responsável direta pela outra metade".- A saúde da mulher deve ser tratada de maneira diferenciada pela própria estrutura anátomo-fisiológica do aparelho reprodutor feminino. O projeto aprovado possibilita o resgate da dignidade da mulher - disse Heloísa Helena, que é enfermeira.A senadora petista cobrou do governo maior atenção a programas centrados na prevenção do câncer. Para ela, é inadmissível que o Brasil apresente números tão elevados de casos da doença, já que, por meio de iniciativas baratas, o câncer poderia ser prevenido com maior eficiência.Durante o seu discurso, Emilia Fernandes parabenizou a deputada Maria Elvira (PMDB-MG), autora do projeto de lei, e agradeceu aos senadores Artur da Távola (PSDB-RJ) e Gilvam Borges (PMDB-AP), que retiraram emendas que poderiam atrasar a entrada em vigor da lei.- As mulheres submetidas a mastectomia na rede pública não têm condição financeira de fazer a cirurgia plástica de reconstituição de mama. Os efeitos psicológicos são mais terríveis do que os efeitos físicos. As mulheres sofrem muito com isso - declarou Emília.
23/04/1999
Agência Senado
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