EMÍLIA CULPA MODELO ECONÔMICO PELO AUMENTO DA VIOLÊNCIA URBANA
A senadora Emília Fernandes (PDT-RS) atribuiu hoje (dia 3) ao "modelo econômico excludente adotado pelo governo federal" o crescimento da violência urbana no país.
Baseada em dados do Dieese que apontam o índice de 16,3% de desemprego na cidade de São Paulo em setembro passado - "a maior taxa desde 1985" - e em taxas de roubos de carros e assassinatos em Porto Alegre, ela afirmou que o desemprego e a recessão têm que ser profundamente analisados para se chegar à causa da violência urbana.
- Uma economia que, de antemão, trata como fato normal a exclusão de milhões de pessoas do processo produtivo, ou, ainda, que estimula a competição mesquinha, individualista e mesmo agressiva, dificilmente resultará em outra situação que não a que se verifica atualmente - assinalou.
Emília Fernandes informou que o número de assaltos a bancos, estabelecimentos comerciais e residências cresce a cada dia, atingindo "índices jamais registrados na história da sociedade brasileira".
A senadora ressaltou também a necessidade de uma educação voltada para a não-violência, com respeito às leis e aos direitos humanos. Segundo disse, essa proposta deveria contemplar o conjunto da sociedade, iniciando pelas criançasnas salas de aulas, e passando por todos os demais segmentos. Ela culpou, além disso, a morosidade da Justiça e a crise do sistema penal que, a seu ver, transformou os presídios em verdadeiros depositários de gente.
Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) lembrou que a impunidade brasileira é uma das causas do aumento da violência, acrescentando que os mais ricos nunca são presos.
03/11/1997
Agência Senado
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