EMILIA CONCLAMA TRABALHADORES A LUTAR POR MUDANÇAS NO MODELO ECONÔMICO



"Vamos fazer desse 1º de maio um ponto de partida para a mudança radical desse modelo de destruição da economia nacional e de aviltamento de nossa soberania e da dignidade nacional, ocupando as praças e as ruas do país, e exigindo o fim dessa política de submissão e sofrimento". A conclamação foi feita nesta quinta-feira (dia 29) pela senadora Emília Fernandes (PDT-RS), durante homenagem ao Dia do Trabalho, realizada em sessão plenária.A senadora protestou contra as prioridades adotadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela entende que o governo e as elites do Brasil "não têm o direito de submeter a nação ao império da especulação, da dependência ao capital especulativo internacional predatório, antinacional e totalmente descompromissado com a produção".Para Emilia, não é possível que se concedam reajustes irrisórios para o salário mínimo, enquanto são realizados profundos cortes nos investimentos em saúde, educação e em todas as áreas sociais, ao mesmo tempo em que beneficiários da impunidade desviam recursos do país.A senadora destacou que uma retrospectiva das opções realizadas pelo governo demonstra que os trabalhadores vêm sendo os mais atacados e agredidos pelas políticas, "que, além de cortar direitos adquiridos e promover o desemprego, ainda apostam em retirar-lhes até os instrumentos de defesa e de luta". Emilia Fernandes considerou que a expressão da insatisfação social é a postura da Igreja brasileira, que escolheu a política de emprego como tema da Campanha da Fraternidade, desenvolvida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Entre as posições divulgadas pela CNBB, a senadora lembrou a denúncia de modelos sociopolíticos e econômicos, "tais como certas formas de neoliberalismo sem freios éticos que causam desemprego, impõem padrões de consumo insaciável e exacerbam a competição e o individualismo". Emilia encerrou o pronunciamento, lendo o seguinte trecho da Carta Testamento de Getúlio Vargas: "Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência".

29/04/1999

Agência Senado


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