Emília diz que governo tenta empurrar responsabilidade para o Congresso



A senadora Emília Fernandes (PT-RS) rebateu as críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique ao Legislativo afirmando que as dificuldades no setor de segurança pública e a elevada taxa de desemprego do país são resultantes da "omissão e da incompetência do governo federal".

- O que o Fernando Henrique faz é tentar transferir para o Congresso mais uma vez a responsabilidade pelo descaso e omissão com que tratou a questão da segurança e da violência nestes quase oito anos de governo. Ele está sendo contraditório em cobrar do Legislativo, pois se o governo tem maioria nas duas Casas e aprova tudo o que quer, inclusive sua base consegue impedir assinaturas de pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a corrupção, por que não aprova as matérias de segurança a que ele se referiu ? - questionou Emília.

Ela também apontou a política econômica do governo como a principal responsável pela aceleração do processo de exclusão social, que, por sua vez, gera violência. Citou ainda a falta de ética de setores do grupo governista, lembrando que esses exemplos conduzem a uma crise de valores na sociedade.

- Não há investimento em uma política nacional de formação dos policiais e o governo não apóia várias iniciativas dessa natureza no próprio Congresso. É preciso investir em uma cultura de paz, respeito e solidariedade - defendeu a senadora.

Sobre a questão do desemprego, apontada pelo governo como argumento para aprovação do projeto que muda a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Emilia Fernandes disse que os partidos de oposição refutam a alegação como causa do problema.

- O que vemos é que o governo quer descarregar sua incapacidade por não ter realizado a reforma tributária, o combate à sonegação fiscal, a descentralização dos recursos para os municípios e estados e a elaboração de planos de investimento de geração de renda nas costas do trabalhador - afirmou a senadora, acrescentando que, caso esse projeto seja aprovado, o trabalhador irá responder nas urnas aos direitos que perder.



08/02/2002

Agência Senado


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