Emilia diz que novo governo vai priorizar fortalecimento do Mercosul para negociar criação da Alca



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) disse que a recente visita oficial do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a países da América Latina indica a disposição do novo governo de estabelecer rumos diferentes para a política externa do Brasil. Segundo a senadora, desde a campanha eleitoral, Lula vem destacando que o bloco formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - que formam o Mercosul - é uma das prioridades do governo e instrumento indispensável para as negociações com a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

- O Mercado Comum do Sul deve ter uma política externa coesa, preparada para enfrentar os desafios das negociações sobre a Alca, para ampliar as relações com os países da União Européia e atrair novos sócios na América Latina. Agora em fevereiro, os países participantes das negociações da Alca têm encontro para discutir demandas e ofertas comerciais. O Mercosul terá de chegar a um consenso acerca de suas propostas e Lula, felizmente, já está em busca deste consenso - afirmou Emilia, que é secretária-geral-adjunta da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

O novo governo, observou Emilia, não poderá assinar o tratado que cria a Alca enquanto persistirem as medidas protecionistas não-alfandegárias vigentes há muitos anos nos Estados Unidos. "A Alca, como está projetada, inviabiliza a soberania política e a democracia dos países latino-americanos", disse.

No encontro com o presidente argentino Eduardo Duhalde, Lula fez críticas aos especuladores estrangeiros e defendeu a proposta do aprofundamento da construção do Mercosul como mecanismo que possibilite a estabilidade das moedas, controle da inflação e crescimento econômico, observou a senadora.

- Trabalhar para reerguer a Argentina é um dever do Brasil, tanto como demonstração de solidariedade quanto para que não fiquemos enfraquecidos nas negociações com os Estados Unidos - disse Emilia.

No encontro entre Lula e o presidente do Chile, Ricardo Lagos, a senadora afirmou que a discussão foi no sentido de fortalecer o comércio entre os dois países e reforçar o desejo de que o país andino integre o Mercosul como membro efetivo.



11/12/2002

Agência Senado


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