Emília Fernandes critica Ministério da Educação e lamenta mau desempenho de alunos brasileiros
O teste, conduzido pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), revelou que os estudantes brasileiros obtiveram a pior classificação dentre os 32 países participantes. O ministro da Educação, Paulo Renato, justificou o mau desempenho dizendo que os outros 31 países eram desenvolvidos. Por essa razão, ele não teria se surpreendido com o resultado. A secretária de Ensino Superior do Ministério, Maria Helena Guimarães, afirmou esperar números ainda piores.
Com base nessas declarações, a senadora concluiu que, para o ministro da Educação, a responsabilidade é da escola, dos professores, da cultura da reprovação e da pobreza do povo. No entanto, para a parlamentar, a pobreza do povo pode ser conseqüência do modelo econômico adotado pelo governo ao longo dos últimos sete anos. Quanto à suposta incompetência dos educadores, ela disse que a explicação pode estar nos baixos salários.
Professora por mais de 23 anos, Emília afirmou receber uma aposentadoria irrisória por esse tempo de serviço. Ela acrescentou que, com os baixos salários, os professores não têm condições de sequer se alimentar ou pagar aluguel, quanto mais adquirir livros ou freqüentar seminários ou congressos.
Em aparte, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) discordou da senadora afirmando que ela distorce a verdade em busca de um interesse político imediato. Para ele, a parlamentar "recorre ao populismo ao tentar atribuir somente ao atual governo os problemas relacionados com a educação". Ele acrescentou que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu mais mudanças no setor do que qualquer outro.
Em resposta, Emília Fernandes lembrou que o governo de Fernando Henrique ignorou por mais de cem dias a greve dos professores das universidades públicas. Afirmou ainda que os profissionais de educação têm sido aviltados em sua dignidade. A senadora disse que, se não é o único culpado, o atual governo tem contribuído para a situação por meio da "política econômica neoliberal" implementada nos últimos sete anos.
10/12/2001
Agência Senado
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