EMÍLIA SE DIZ CONTRARIADA COM REFORMA DA PREVIDÊNCIA



A senadora Emília Fernandes (RS) manifestou hoje (dia 18) sua contrariedade com a forma como o Legislativo vem conduzindo a reforma da Previdência, a qual, em sua opinião, resultará em prejuízos para os trabalhadores e aposentados. No seu entender, ainda está em tempo de o Congresso encontrar um novo caminho para essa reforma, ouvindo democraticamente a sociedade.

- Existem aproximadamente 40 emendas ao projeto da Previdência, e isso demonstra o quanto é complexo o assunto, e portanto merecedor de análise e atenção de cada um de nós - disse a senadora.

Emília considera fundamental encontrar-se solução para um problema que, como acentuou, desafia o desempenho dos governos e principalmente resulta em prejuízo para os cidadãos. A seu ver, essa preocupação não está clara no projeto de Previdência em estudo no Legislativo, apesar dos esforços do relator. A senadora considera fundamental estancar a fraude e a corrupção, mas em sua opinião isso não tem tido prioridade nos debates.

Ela sustentou que esse não é um debate apenas técnico, pois tem uma dimensão prioritariamente humana, concernente ao respeito ao trabalho, aos cidadãos, sobretudo aos idosos, e ao direito a uma vida digna para todos. Emília lastimou que o debate se concentre na preocupação com a redução do déficit público, o qual, "apesar das diversas medidas adotadas, cresce a cada dia, como todos podem acompanhar pelos jornais".

Para a senadora, esse déficit tem causas mais significativas, como as altas taxas de juros, as importações indiscriminadas e a utilização de recursos para tapar rombos, como os criados pelos bancos salvos pelo Proer (Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro). Em sua opinião, a reforma da Previdência, como outras reformas em curso, partiu de um pressuposto equivocado, e os reais problemas causadores da crise não estão sendo atacados.

- É de perguntar que tipo de país se pretende construir quando, por um lado, se trata com tanta frieza e tão pouco caso os seus velhos; por outro, se relegam as crianças à exploração do trabalho infantil e à prostituição; e se reserva aos trabalhadores da ativa o desemprego, a informalidade, a ausência de direitos trabalhistas e salários miseráveis - frisou.



18/08/1997

Agência Senado


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