Empresas brasileiras investirão no Marrocos, informa embaixador
Duas empresas brasileiras deverão promover investimentos superiores a US$ 1,3 bilhão no Marrocos, nas áreas de fertilizantes e exploração mineral. O anúncio foi feito pelo ministro de primeira classe da carreira diplomática Virgílio Moretzsohn de Andrade, cuja indicação para o cargo de embaixador brasileiro naquele país recebeu nesta quinta-feira (27) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
A Petrobras, de acordo com o embaixador indicado, deverá investir aproximadamente US$ 1 bilhão na exploração no Marrocos de xisto betuminoso - um tipo de rocha sedimentar de onde se pode extrair óleo. Por sua vez, a Bunge Fertilizantes investirá US$ 300 milhões na construção de uma usina de beneficiamento de fosfato na região de Jorg Lafar. Este será o primeiro investimento industrial brasileiro naquele país.
Segundo o relator da mensagem presidencial de indicação de Moretzsohn, senador João Tenório (PSDB-AL), o investimento brasileiro será importante por causa da "evidente escassez" de fertilizantes em todo o mundo. Ele observou que, no começo da década, o Brasil importava apenas 30% dos fertilizantes que consumia. Atualmente, informou, a importação já representa 70% do consumo do país.
Moretzsohn considerou "favoráveis" as perspectivas de relacionamento econômico entre os dois países e citou duas questões importantes na agenda política marroquina. A primeira delas é a recente expansão do fundamentalismo muçulmano, responsável por atentados terroristas em 2003 e 2007. A segunda é a questão do Saara Ocidental, região anexada pelo Marrocos na década de 70. A Frente Polisário, movimento de libertação da região, quer independência para o Saara Ocidental. O Brasil até hoje manteve uma posição de neutralidade em relação ao conflito, informou o embaixador.
A comissão aprovou também as mensagens presidenciais de indicação do ministro de segunda classe Luiz Felipe Mendonça Filho para o cargo de embaixador brasileiro em El Salvador e do ministro de primeira classe Carlos Alberto Simas Magalhães para embaixador na Polônia. Todas as três mensagens serão ainda submetidas ao Plenário.
Em sua exposição aos senadores, Mendonça Filho informou que El Salvador conseguiu multiplicar nos últimos anos por cinco seu Produto Interno Bruto (PIB) - de US$ 4 bilhões para US$ 20 bilhões - em virtude do processo de paz iniciado em 1992, quando o movimento guerrilheiro que participou de uma longa guerra civil no país foi incorporado ao processo democrático. A mensagem teve como relator ad hoc o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Indicado para a embaixada brasileira em Varsóvia, Simas Magalhães afirmou que existe um "potencial enorme" para o crescimento do comércio entre o Brasil e a Polônia. Ele adiantou que a expansão do relacionamento comercial será a sua prioridade. De janeiro a outubro de 2007, segundo informações encaminhadas pelo Ministério das Relações Exteriores, o comércio bilateral alcançou US$ 454 milhões. Os poloneses são hoje importantes clientes da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Metade da frota da empresa aérea LOT é composta por aparelhos da empresa brasileira. A mensagem de indicação de Simas Magalhães teve como relator o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
A CRE aprovou também requerimento de convite ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, para participar de uma audiência pública sobre a atuação de uma suposta organização radical de guerrilheiros armados, de extrema esquerda, denominada Liga dos Camponeses Pobres, segundo reportagem da revista IstoÉ. O requerimento foi apresentado pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). A pedido do senador Pedro Simon (PMDB-RS), o ministro deverá falar também a respeito de suas viagens a diversos países da América do Sul.
27/03/2008
Agência Senado
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