Empresas brasileiras já respondem por 10% do PIB angolano, diz embaixador



As empresas brasileiras já são responsáveis pela geração de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, disse nesta quinta-feira (29) o embaixador designado para aquele país, ministro de primeira classe Afonso José Sena Cardoso, cuja indicação recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Em sua exposição à comissão, ele ressaltou o crescimento dos investimentos brasileiros em Angola e defendeu a ampliação das relações com os "nossos vizinhos de frente".

O embaixador observou que, após 41 anos de guerra, o país africano vem experimentando um intenso crescimento econômico - o PIB deverá ter uma expansão de 28% em 2007, como adiantou. A produção local de petróleo já alcança dois milhões de barris diários, e o país detém 0,7% das reservas mundiais. De olho no grande potencial econômico, empresas como a Odebrecht, Furnas e Petrobras estão presentes em Angola desde o período da guerra civil, que começou logo após a independência, em 1975. A Vale do Rio Doce, por sua vez, instalou-se no país em 2005.

- Em apenas cinco anos, desde o fim da guerra civil, Angola conhece uma explosão de crescimento, que tem captado a atenção de todo o mundo. A expansão dos investimentos brasileiros significa a criação de empregos aqui e lá - afirmou Cardoso, cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

O comércio bilateral aumentou 150% entre 2005 e 2006, saltando de US$ 520 milhões para US$ 1,3 bilhão. Os principais produtos exportados pelo Brasil são açúcar, gasolina, tubos de aço para oleodutos e tratores. Angola vendeu ao Brasil, em 2006, US$ 464 milhões em petróleo. Existe ainda um comércio informal realizado por "sacoleiros" que lotam os três vôos semanais da empresa aérea angolana TAAG para o Brasil.

Copa do Mundo

A realização na África do Sul da Copa do Mundo de 2010 foi apontada como estímulo à aproximação bilateral pelo embaixador designado para representar o Brasil em Pretória, ministro de primeira classe José Vicente de Sá Pimentel. A sua indicação, que também recebeu parecer favorável da CRE, teve como relator o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - para quem a Copa será, igualmente, uma possibilidade de estímulo ao relacionamento entre os dois países.

Atualmente embaixador na Índia, Pimentel comentou com os senadores que vem sendo apelidado, no Itamaraty, de "embaixador Ibas", em uma referência ao nome da iniciativa diplomática que reúne Índia, Brasil e África do Sul. Ele disse acreditar no futuro do grupo, que, como observou, reúne "três países importantes, três democracias, em três diferentes continentes".

Segundo o relatório elaborado por Azeredo, "as relações comerciais bilaterais não têm seguido o padrão de fortalecimento e ampliação das relações políticas". Apesar do crescimento do comércio entre os dois países, que passou de US$ 659 milhões em 2003 para US$ 1,8 bilhão em 2006, a África do Sul continua sendo, na opinião do senador, "um parceiro de pequena representação no comércio exterior brasileiro".

Além de representar o Brasil junto à África do Sul, Pimentel exercerá cumulativamente o cargo de embaixador junto à República de Comores, ao Reino do Lesoto e à República de Maurício.

A CRE aprovou também parecer favorável à indicação do ministro de segunda classe Luiz Antonio Fachini Gomes para o cargo de embaixador na Guatemala. Em sua exposição, ele ressaltou o processo de aproximação entre o Brasil e a América Central, nos últimos quatro anos, e observou que a Guatemala representa cerca de um terço da população e da economia centro-americanas. A indicação de Fachini teve como relator ad hoc o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Foi ainda aprovada pela comissão a mensagem que designa o atual embaixador brasileiro na Sérvia, ministro de segunda classe Dante Coelho de Lima, para exercer, cumulativamente, o cargo de embaixador junto à República de Montenegro. O relator ad hoc foi o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).

Ao final da reunião, foi também aprovado requerimento apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de realização de uma audiência pública a respeito da situação política da América do Sul.



29/11/2007

Agência Senado


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