Encontro avalia importância do bem-estar social



No último dia da 6ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais (APLs), na quinta-feira (6), uma mesa redonda discutiu o tema "Bem-estar subjetivo e desenvolvimento". Os participantes compartilharam visões acerca dos instrumentos de medida do bem-estar subjetivo - chamada de felicidade, e de incluir esse tema no planejamento das políticas públicas federais.

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fábio Shiavinatto, apresentou o projeto "Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS)", que teve início em 2010. Segundo ele, o SIPS foi criado com o objetivo de reunir informações confiáveis de como a população avalia os serviços de utilidade pública e o grau de importância que eles têm para a sociedade. "O sistema serve para subsidiar análises e decisões sobre a formulação, implementação e avaliação das políticas públicas. Ele também informa a sociedade dos resultados efetivos alcançados pelas políticas públicas vigentes", esclarece Shiavinatto.

Na avaliação da antropóloga, formada pela Universidade de Harvard (EUA) e doutora em Psicologia Transpessoal pela Universidade de Greenwich (EUA), Susan Andrews, a felicidade pode ser medida por meio de um indicador sistêmico chamado de Felicidade Interna Bruta (FIB). "Hoje a sociedade busca o desenvolvimento econômico, riquezas, competições e que o querer mais é sempre melhor. Pesquisas revelam que nossas células já se acostumaram com estímulos repetitivos e quando você atinge o suficiente dos bens materiais já não estamos mais felizes. É um estágio passageiro", explica.

A antropóloga acrescenta que o FIB não é o substituto do Produto Interno Bruto (PIB). "O cálculo da riqueza deve considerar outros aspectos, além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. O PIB acabou sendo usado como parâmetro de referência para se comparar o desempenho econômico entre países e medir o progresso social. Contudo, nos anos mais recentes, o PIB tem sido fortemente criticado, uma vez que esse indicador não computa os custos dos danos ligados aos recursos ambientais, bem como outros fatores que afetam o bem estar da humanidade e a sustentabilidade do meio ambiente. Já o FIB é a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual - sempre em harmonia com a terra", argumenta.

Susan Andrews acredita que gestores governamentais podem implementar o FIB em seus projetos de políticas públicas. "Podemos desenvolver um modelo envolvendo todos os setores da sociedade, as empresas privadas, os poderes públicos, as universidades e, principalmente, os jovens. O FIB é um catalisador de mudança, um processo de mobilização social em prol do bem-estar coletivo e do desenvolvimento sustentável", conclui.

Para Miguel Ivan, secretário nacional de Irrigação (Senir), as políticas públicas devem estar atentas ao bem-estar das pessoas. "Como secretário nacional de Irrigação, desejo emplacar o FIB nas políticas públicas de irrigação. Afinal, irrigar é para pessoas e para o meio ambiente. E as empresas já perceberam essa importância do bem-estar coletivo, quando trabalham sua visão e missão", defende Miguel.

Durante o debate, o secretário sugeriu que fosse formado um grupo para trabalhar o bem-estar social nos arranjos produtivos locais. "Vamos ampliar esse debate e dividir nossas experiências. Governo, iniciativa privada e cidadãos, todos juntos podem construir uma geração de valores".

Fonte:

Ministério da Integração Nacional



06/12/2013 14:25


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