Entenda o significado dos 21 tiros de canhão que serão disparados na abertura dos trabalhos legislativos



Uma salva de gala, somando 21 tiros de canhão acionados pelo 32º Grupo de Artilharia de Campanha, marcará a abertura dos trabalhos legislativos na quarta-feira (2). Desde o advento da República, essa honra é oferecida aos chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário federal, em momentos solenes, como é o caso da primeira sessão legislativa da 54ª legislatura, que começa nesta semana.

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De acordo com o cerimonial do Legislativo, o presidente do Congresso deverá sair de casa às 15h30, acompanhado de batedores do Batalhão da Guarda Presidencial. A previsão é de que, às 15h40, ele chegue ao Parlamento pela lateral esquerda do gramado, próximo ao mastro da Bandeira Nacional situada em frente à Câmara.

Nesse momento, a Banda do Batalhão da Guarda Presidencial executará o Hino Nacional, serão hasteadas as bandeiras das duas Casas legislativas e o 32º Grupo de Artilharia de Campanha disparará 21 tiros de canhão do gramado do Congresso.

De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, este é um rito que remonta ao final da Idade Média quando, ao se aproximarem de fortificações, as tropas militares descarregavam todos os seus canhões e mosquetes para assegurar que estavam em missão de paz.

O número ímpar de tiros - informa ainda o Exército - surgiu da necessidade de não se deixar dúvidas na contagem dos disparos. Na Inglaterra, a salva real era de 100 tiros, ou de cem mais um, como margem de segurança. Com o passar do tempo, o número de tiros disparados pelos canhões e mosquetes passou a caracterizar a consideração que merecia o visitante estrangeiro que chegasse a uma instalação militar.

O Centro de Comunicação Social do Exército também informa que, no Brasil, durante o Império, assim como na Inglaterra, o imperador fazia jus à salva de 101 tiros. A salva de 21 tiros, a maior depois da oferecida ao imperador, era destinada à imperatriz, à família real e aos arcebispos e bispos em suas dioceses.

Com o advento da República, a salva de 21 tiros passou a ser privativa dos presidentes da República, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Foi em 1983, no governo de João Baptista Figueiredo, que a execução das salvas de gala tomou a forma atual.

Quantidade de tiros

Hoje, a quantidade de tiros de uma salva de gala obedece à seguinte precedência hierárquica:

- 21 tiros - o presidente da República, chefe de Estado estrangeiro, na sua chegada à capital federal, e os presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, por ocasião das sessões de abertura e de encerramento de seus trabalhos;

- 19 tiros - vice-presidente da República, ministros de Estado, embaixadores de nações estrangeiras, governadores de estados e do Distrito Federal (quando em visita de caráter oficial a organizações militares, respectivamente, no seu estado e no Distrito Federal). Também para almirante, marechal e marechal-do-ar e comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica;

- 17 tiros - os chefes dos Estados-Maiores de cada uma das Forças Armadas, almirante-de-esquadra, general-de-exército, tenente-brigadeiro, ministros plenipotenciários de nações estrangeiras, enviados especiais e o Superior Tribunal Militar, por ocasião das sessões de abertura e de encerramento de seus trabalhos;

- 15 tiros - vice-almirante, general-de-divisão, major-brigadeiro, ministros residentes de nações estrangeiras;e

- 13 tiros - contra-almirante, general-de-brigada, brigadeiro-do-ar e encarregado de negócios de nações estrangeiras.

No caso de comparecimento de várias autoridades a ato público ou oficial, é realizada somente a salva que corresponde àquele de maior precedência (ou hierarquia).



27/01/2011

Agência Senado


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