Especialistas defendem maior participação de capital estrangeiro na aviação brasileira



O aumento da participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras poderá contribuir com a solução de problemas relacionados à segurança e à infraestrutura aeroportuária, especialmente no que diz respeito à aviação regional. Esta é a opinião de participantes que discutiram, nesta quarta-feira (19), questões relacionadas à aviação civil na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

Os especialistas convidados pediram a aprovação do projeto de lei (PLS 184/04), que prevê elevação de 20% para 49% na participação de estrangeiros no capital de empresas aéreas nacionais. A proposta foi aprovada pelo Senado em novembro de 2009 e aguarda decisão da Câmara dos Deputados, informou a secretária de Aviação Civil do Ministério da Defesa, Fabiana Todesco. A secretária explicou que a Câmara estuda a proposta em comissão especial criada para reformular as normas que regulam o setor aéreo.

Outra proposta importante, também em exame naquela comissão especial, ressaltou Fabiana Todesco, são os projetos de lei que visam reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) incidente sobre o querosene de aviação. Em sua avaliação, tal redução no imposto vai diminuir custos e viabilizar as operações das companhias aéreas. Ela ressaltou ainda que o desenvolvimento da aviação regional depende de ações conjuntas entre os órgãos federais responsáveis pela área e os gestores estaduais e municipais, bem como com o apoio do Congresso Nacional.

Já Fernando Antonio Ribeiro Soares, diretor do Departamento de Política de Aviação Civil (DPAC), que funciona no âmbito da Secretaria de Aviação Civil, diz que a limitação de investimento estrangeiro nas empresas aéreas impede o crescimento do setor. Ele observou que em outras áreas - como telecomunicações, energia e petróleo - tal restrição não existe.

- É impensável que o setor brasileiro consiga crescer com restrição de capital estrangeiro. Um setor que precisa crescer não pode prescindir desse capital- afirmou Fernando Soares, que é também especialista na área de aviação regional e segurança em aviação regional.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) também lembrou que o setor poderá ser beneficiado com a aprovação de projeto de lei de sua autoria (PLS 130/01), já aprovado pelo Senado e aguardando decisão da Câmara dos Deputados - onde tramita como PL 7199/02. A proposta inicial, explicou Mozarildo, previa a criação de um adicional ao preço das passagens aéreas das linhas domésticas não suplementadas para investimento em linhas aéreas na Amazônia. O projeto, que recebeu alterações para beneficiar também outras regiões, disse o senador, exige que, pelo menos, um dos destinos seja classificado como de baixo ou médio potencial de tráfego.

Respondendo à solicitação do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), que requereu o debate, Fernando Soares se comprometeu a realizar um levantamento de todos os projetos de lei relativos à área de aviação civil. O senador prometeu que, com essas informações, vai pedir às lideranças e parlamentares mais celeridade na aprovação das propostas.

O presidente da CDR, senador Neuto de Conto (PMDB-SC), lembrou que o Brasil é um país com dimensões continentais e depende do desenvolvimento da aviação para crescer. Ele observou que o país é o quinto maior em território e que há previsão de que, ainda nessa década, seja a quinta maior economia do mundo.

- A aviação civil terá papel fundamental na continuidade desse processo de crescimento - alertou o senador.



19/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Aprovado aumento de capital estrangeiro na aviação nacional

Com ou sem capital estrangeiro, saúde precisa de mais investimento público, defendem debatedores

CAE debate participação de capital estrangeiro no setor de saúde

Senado regulamentou a participação de capital estrangeiro nas comunicações

CCJ APRECIA PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL ESTRANGEIRO EM PLANOS DE SAÚDE

Cabral garante que CCJ vota participação do capital estrangeiro na mídia no dia 10