Especialistas destacam avanços e cobram qualidade do programa de triagem neonatal



No Dia Nacional do Teste do Pezinho, comemorado nesta segunda-feira (6), especialistas elogiaram as conquistas obtidas através do Programa Nacional de Triagem Neonatal, mas cobraram maior qualidade do sistema, com a ampliação de doenças testadas.

A presidenta da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal (SBTN), Paula Regla Vargas, lembrou do alto índice de natalidade no Brasil: mais de 3 milhões de nascidos vivos ao ano. Segundo ela, o programa do governo tem cobertura atual de 80% e mudou a realidade brasileira por meio do monitoramento dos bebês. “Os pacientes fazem o diagnóstico, confirmam, tratam e são acompanhados por toda a vida”, destacou.

Nos últimos 10 anos, mais de 25 mil pacientes já foram localizados em todo País, estão sendo tratados e recebem acompanhamento. Entretanto, a qualidade da aplicação do exame preocupa. A coleta tardia, por exemplo, pode comprometer a detecção de doenças.

O presidente da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, José Alcides da Silva, tem um filho com hiperplasia adrenal congênita, doença que, quando não tratada, provoca comprometimento mental. “O teste do pezinho é, para mim, um dos primeiros direitos da pessoa que nasce em território brasileiro. Gostaria que esse direito fosse mais respeitado e ampliado”, afirmou, durante o debate.

Na fase 1, o exame detecta a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito; na fase 2, a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias; e, na fase 3 (feita apenas em quatro estados), a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, as doenças falciformes, outras hemoglobinopatias e a fibrose cística.

O desejo de Silva é que a hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase (doença metabólica na qual o organismo não consegue obter a vitamina biotina da maneira adequada) sejam incluídas na triagem neonatal. Atualmente, os exames só são feitos na rede particular de saúde. “Esse avanço é mais do que necessário. São doenças que custam pouco para serem pesquisadas e menos ainda custa o tratamento”, disse.

O secretário nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães, admitiu que é preciso ampliar o acesso e a qualidade do teste do pezinho realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele garantiu que as duas doenças citadas serão incluídas ainda este ano na triagem neonatal.

Segundo Magalhães, é preciso fazer um diagnóstico da situação registrada em cada estado brasileiro, já que cada local utiliza fases diferentes para aplicar a triagem neonatal.


Fonte:
Agência Brasil



06/06/2011 18:18


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