Senadoras destacam avanços e desafios para as mulheres
Em sessão solene do Congresso Nacional para celebrar o Dia Internacional da Mulher e conceder o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, realizada nesta terça-feira (1º), no Plenário do Senado, senadoras destacaram avanços conquistados pelas brasileiras, como a ascensão a postos importantes na administração pública, mas lastimaram a ainda pouca representação feminina na política e a violência que atinge a todas.
Ascensão
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que hoje o trabalho das mulheres tem destaque no país. Ela lembrou que o Brasil tem Dilma Rousseff na Presidência da República, Rose de Freitas na 1ª vice-presidência da Câmara, ela própria na 1ª vice-presidência do Senado e Doris Peixoto na diretoria-geral da Casa, assim como nove ministras no Executivo e Martha Rocha chefiando a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Marta Suplicy considerou surpreendentemente rápida a ascensão de tantas mulheres em tão pouco tempo, mas recomendou cuidados para que não haja retrocessos.
- Não podemos deixar que essa rapidez se esvaia. Temos que continuar nesse ritmo - alertou.
A parlamentar disse que, nessa segunda década do século 21, o Brasil ainda se defronta com problemas cruciais em sua rota para tornar-se uma nação que respeita políticas públicas para as mulheres. Referia-se à necessidade de maior inclusão feminina na política e no mercado de trabalho, à pouca proteção da mulher contra a violência e às frequentes situações de discriminação.
Representação na Política
Nenhuma reforma cumprirá o papel de modernizar a política brasileira se não for capaz de ampliar os espaços de representação da mulher brasileira. A advertência foi feita pela senadora Angela Portela (PT-RR).
A senadora disse que, apesar de constituírem a maioria da população e do eleitorado do país, as mulheres ainda têm representação insuficiente na política brasileira e citou como maior prova disso a própria sessão do Congresso Nacional, em que as parlamentares são minoria. Segundo Angela Portela, a participação das mulheres só não foi mais tímida no último pleito devido à eleição da presidente Dilma Rousseff.
A senadora defendeu um maior ativismo das mulheres na discussão das grandes questões que afetam o país e citou o exemplo da violência. Pesquisa da Fundação Perseu Abramo, disse ela, mostra que, mesmo com o advento da Lei Maria da Penha, cinco mulheres ainda são espancadas a cada dois segundos no Brasil.
A sensação de impunidade e a leniência da sociedade, de acordo com Angela Portela, estimulam novas agressões que resultam em mais mortes. Na avaliação da senadora, as mulheres podem ajudar o país a promover uma cultura da paz.
Compromisso
Gleisi Hoffmann (PT-PR), também em pronunciamento, disse que, por ter certeza que foi eleita sobretudo pelo voto feminino, tem grande compromisso com o interesse e os direitos das mulheres. Ela defendeu ainda uma participação maior das mulheres nos "processos de decisão e nos espaços da sociedade".
Transformações
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) também falou durante a sessão. Segundo ele, o Brasil precisa passar por grandes mudanças e transformações, mas, para isso, é preciso que mais mulheres participem da política.
-Vocês são a metade que não pode faltar na mudança do nosso país - destacou Arruda.
01/03/2011
Agência Senado
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