ESTEVÃO: BILHETE MOSTRA RELAÇÃO NORMAL DE NEGÓCIOS COM MONTEIRO DE BARROS



O senador Luiz Estevão (PMDB-DF) rebateu em pronunciamento nesta segunda-feira (dia 26) a acusação de que o bilhete escrito pelo empresário Fábio Monteiro de Barros, publicado neste domingo pelo jornal Correio Braziliense seria a "prova conclusiva" da existência de uma sociedade entre ele e o empresário para a realização da obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo. O documento, na avaliação do senador, é uma prova de que existia apenas uma relação normal de negócios entre o Grupo OK, de sua propriedade, e as empresas de Monteiro de Barros. Luiz Estevão garantiu ainda sequer ter recebido o bilhete apontado pelo Correio Braziliense, que foi deixado num escritório onde ele não trabalhava mais. Além disso, adiantou que na quarta-feira (dia 28) estará com todas as provas de que dispõe para defender-se durante a sessão secreta que decidirá sobre a cassação do seu mandato.Em sua defesa, o senador lembrou informou que o próprio jornal, através do seu diretor-executivo, João Cabral, encaminhou um pedido de empréstimo ao Banco OK utilizando-se do mesmo procedimento adotado pelo empresário Fábio Monteiro de Barros - através de um bilhete. Sem precisar data, Estevão revelou que Cabral, "premido por dificuldades financeiras, pela inviabilidade de pagamento da sua própria folha de pagamento", encaminhou-lhe um bilhete acompanhado de vasto dossiê sobre a situação do jornal. - Ele pedia empréstimo para que pudessem liquidar suas pendências e, mais do que isso, pedindo que viabilizasse o financiamento para importação de uma máquina no valor de US$ 1 milhão para atualização do seu parque rotativo e que víssemos a possibilidade de apresentá-lo a algumas instituições que estivessem interessadas na compra de debêntures do Correio Braziliense.Luiz Estevão também lembrou que conseguiu desmentir no Jornal Nacional, da TV Globo, notícia do Correio Braziliense veiculada na sexta-feira (dia 23) pela internet, informando que o procurador-Ggeral da República, Geraldo Brindeiro, havia entregue documentos no Supremo Tribunal Federal (STF) que comprovariam o envolvimento do senador com a obra do TRT de São Paulo. Segundo o noticiário, esses documentos seriam notas fiscais de compras de materiais feitas em nome do Grupo OK para o obra do TRT.- Quase às 19h, obtivemos vistas dos papéis. E os papéis sobre os quais a imprensa falava de maneira mentirosa, caluniosa, indecente, são aqueles que estão aqui e que estavam no STF. Existe alguma nota fiscal aqui? Nenhuma. Pelo contrário, esses papéis demonstram de maneira inequívoca a veracidade daquilo que venho dizendo. Tivemos negócios com essa empresa? Tivemos. Foram negócios regulares? Foram. Têm algum envolvimento com a obra do TRT? Não - afirmou Estevão.O discurso recebeu aparte do senador Ernandes Amorim (PPB-RO) que fez um alerta sobre o perigo de denúncias para a garantia das prerrogativas dos senadores. - Esta não é uma casa de santos nem de milagrosos e se formos discutir pormenores, se analisarmos recortes de jornais e denúncias do passado, quase toda esta Casa será cassada. Não estamos aqui para triturar, para patrulhar o outro ou para nos vangloriarmos do desastre de um líder político, de um companheiro. Estamos aqui para buscar a realidade e analisar profundamente o caso - afirmou, Amorim comparando-se a Estevão por ter passado por processo semelhante.

26/06/2000

Agência Senado


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