Estudo aponta mudanças climáticas para próximas décadas



Os resultados iniciais da Regionalização dos Cenários Futuros de Mudanças Climáticas Globais para a América do Sul foram apresentados nessa terça-feira (13) em reunião do Grupo de Trabalho Adaptação do Grupo Executivo da Comissão Interministerial de Mudança do Clima.

Segundo o professor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) , José Marengo em 2012, o Brasil deu uma contribuição importante para o esforço global de pesquisa e conhecimento do mapeamento e previsão dos impactos da mudança do clima na superfície do planeta.  

O resultado foi obtido através do projeto de regionalização do Modelo Climático Global (ETA), usado desde 1997 para fazer previsão do clima pelo Centro de Ciência do Sistema do  Inpe do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).

Resolução

A regionalização de um modelo significa aumentar a resolução espacial da previsão da mudança do clima. Os resultados do projeto coordenado pelo professor Marengo, o modelo abrangia espaço de 400 km por 300 km de superfície da Terra, e foi regionalizado para fornecer previsão de mudança do clima. 

As previsões futuras foram feitas para três períodos diferentes -? 2010 a 2040, 2041 a 2070 e 2071 a 2100, e se basearam no cenário de emissões de gases de efeito estufa, considerado um cenário intermediário, baseado no equilíbrio da participação das diversas fontes na matriz energética dos países. Os cenários são elaborados considerando-se as características de mudanças demográficas, de desenvolvimento econômico e de mudanças tecnológicas. 

As projeções avaliam alterações de precipitação de chuvas, temperatura e evaporação das águas. Os dados mostram que haverá chuvas mais intensas em algumas áreas e regiões mais atingidas por períodos de estiagem ou seca. O clima, nas áreas urbanas, é analisado considerando-se a vulnerabilidade, a capacidade adaptativa e as ameaças relacionadas com o crescimento das cidades e os desastres naturais. 

Para o professor Marengo o desenvolvimento de cenários de mudança do clima regionalizados é, provavelmente, o primeiro passo para compreender os impactos do aquecimento global nos territórios nacionais, orientando para a geração de informações úteis para avaliações de vulnerabilidade, e definição de medidas e estratégias para adaptação à mudança do clima.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Atua nas áreas de meteorologia e mudanças climáticas, ciências espaciais e atmosféricas e engenharia espacial. O órgão também presta serviços de previsão do tempo e clima, monitoramento do desmatamento da Amazônia Legal, rastreio e controle de satélite, medidas de queimadas, raios e poluição do ar.

Hoje, o Inpe é o principal órgão civil responsável pelo desenvolvimento das atividades espaciais no País. Ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), transfere conhecimentos e incentiva a capacitação da indústria espacial brasileira e o desenvolvimento do setor espacial brasileiro.

Entre os programas mais importantes do Inpe está o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cber), que teve início com a assinatura do acordo de cooperação espacial com a China, em 1988. A parceria possibilitou o lançamento de três satélites em 1999, 2003 e 2007. Até 2014, mais dois devem ser enviados ao espaço.

Com relação às atividades em Meteorologia, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Inpe, criado em 1994 e sediado em Cachoeira Paulista (SP), é um dos mais completos núcleos de previsão meteorológica e climática do mundo. A área está intimamente ligada ao desenvolvimento do País, em especial nos setores agrícola, energético e na conservação do meio ambiente. Os recursos computacionais do Inpe colocam o Brasil entre os países com alta capacidade de processamento dedicado à operação e pesquisa em tempo e clima.

 

Fonte:

Ministério do Meio Ambiente 



22/08/2013 11:22


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