Ex-assessor do PT reafirma acusações contra Okamotto



Na acareação realizada nesta terça-feira (4) pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o ex-secretário municipal de Campinas e de São José dos Campos durante gestões do PT, Paulo de Tarso Venceslau, acusou o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, de ter praticado, há 13 anos, tráfico de influência junto às administrações do PT. Segundo Venceslau, Okamotto circulava pelas prefeituras em busca de nomes de empresas que tinham crédito junto aos governos locais,com o objetivo de angariar recursos para os cofres petistas.

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- Tais acusações são mentirosas - reagiu Paulo Okamotto, ao negar a existência de qualquer tipo de lista de supostos fornecedores.

Em resposta, Venceslau leu trecho de um relatório interno elaborado pelo PT no período em que a atual deputada federal Ângela Guadagnin (SP) era a prefeita de São José dos Campos, confirmando a existência de uma arrecadação paralela encabeçada por Okamotto.

O documento mencionado foi assinado por personalidades consideradas peso-pesado do PT, incluindo Hélio Bicudo (que já deixou o partido) e Paul Singer. Em resposta, Okamotto garantiu que a prefeita "confundiu" arrecadação de recursos com o que chamou de necessidade de se criar "uma agenda de apoiadores" para o PT, com o intuito de ampliar a influência do partido, principalmente na classe média.

No decorrer da acareação, Paulo Okamotto tentou desqualificar as acusações de Venceslau, consideradas por ele como "falsas, presunçosas e sonhadoras". O senador José Jorge (PFL-PE) observou que os fatos somente poderão ser esclarecidos após a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Sebrae. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) chegou anunciar que tornaria públicas as suas contas bancárias, em troca da quebra do sigilo de Okamotto, que ficou calado. Okamotto também negou que seja o pagador das contas de Lula e da filha dele, Lurian.

Paulo Venceslau acusou também a empresa Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM) de ter-se "infiltrado" em prefeituras petistas. Segundo ele, "quem vendia" a empresa às administrações petistas era Roberto Teixeira, compadre e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Teixeira é proprietário da CPEM. Venceslau disse também que,em janeiro de 1993, chegou a relatar a Okamotto, na presença do próprio Lula, então presidente de honra do PT, os prejuízos que a CPEM estaria causando às administrações petistas e que perfaziam um total de US$ 10 milhões até aquela data. O ex-integrante do PT negou, no entanto, que Lula tivesse qualquer ligação com a CPEM.



04/04/2006

Agência Senado


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