Executiva do PFL une-se em torno de Inocêncio para a Câmara e mantém veto de ACM a Jader no Senado



A Executiva Nacional do PFL decidiu hoje (dia 31) dar carta branca ao deputado Inocêncio Oliveira (PE) para compor com representantes de outros partidos a chapa com que concorrerá ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Na próxima terça-feira (dia 6), ao meio-dia, os senadores pefelistas reúnem-se para decidir qual será a posição do partido na eleição da Presidência do Senado. Depois disso será marcada outra reunião da Executiva.

Para o vice-presidente do PFL, senador José Jorge (PE), o jogo da sucessão de Antonio Carlos Magalhães "começou ontem" (dia 30), com duas decisões: a do PMDB, que cerrou fileiras em torno da candidatura de Jader Barbalho (PA), e a do Bloco Oposição, com o lançamento oficial da candidatura do senador Jefferson Péres (PDT-AM).

José Jorge entende que é impossível uma composição do PFL com Jader Barbalho, "por causa do veto de ACM". Quanto a uma composição com o Bloco Oposição, ele afirmou que não está decidida, embora não esteja também descartada: "é possível, mas não é provável".

Já o senador José Agripino (PFL-RN) informou que, para Inocêncio Oliveira arregimentar as forças partidárias que julgar convenientes à sua vitória na Câmara, a Executiva do PFL decidiu abrir mão de indicar representantes para dois outros cargos naquela Casa, concentrando a representação partidária exclusivamente em Inocêncio. Decidiu também proibir a participação de deputados pefelistas em chapas concorrentes.

Hoje o PFL detém três cargos na direção da Câmara e, caso Inocêncio Oliveira venha a perder a disputa, o partido ficará sem nenhum. Esse risco não preocupa o senador José Jorge, para quem, "do ponto de vista aritmético, Inocêncio tem uma chance real como candidato avulso". E lembrou que o atual presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), foi eleito para o cargo por um voto de diferença.

Na opinião do senador Freitas Neto (PFL-PI), a delegação hoje dada pelo PFL ao candidato Inocêncio Oliveira resultará, "pela lógica", numa Mesa em que os partidos mais importantes na composição indicarão representantes para os cargos mais importantes.

Para a eleição no Senado, o líder do PFL, Hugo Napoleão (PI) acredita que os 21 parlamentares pefelistas deverão "votar de uma maneira só, unidos". Ele também afirmou que as negociações partidárias que o PFL realizar na Câmara são independentes da posição a ser adotada pelo partido no Senado, onde defende uma estratégia que tenha "harmonia com o Bloco Oposição".

Além dos parlamentares, a reunião da Executiva do PFL teve a presença do vice-presidente da República, Marco Maciel, do ministro dos Esportes e Turismo, Carlos Melles, e do governador do Amazonas, Amazonino Mendes.

31/01/2001

Agência Senado


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