Família Sarney anuncia apoio a Ciro









Família Sarney anuncia apoio a Ciro
Com a decisão do clã, o presidenciável tucano poderá ficar sem palanque no Maranhão

SÃO LUÍS - A família Sarney anunciou oficialmente ontem o apoio à candidatura presidencial de Ciro Gomes (PPS), tendência que era defendida principalmente pela ex-governadora Roseana Sarney. O anúncio foi feito por meio do candidato da família Sarney ao governo do Estado, José Reinaldo Tavares (PFL). Com isso, Ciro terá, no Maranhão, dois palanques eleitorais: o dos Sarney e o de Jackson Lago (PDT), candidato da Frente Trabalhista.

Assim, o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT) amplia a vantagem sobre Serra pelo apoio do PFL. Catorze diretórios e importantes caciques, como Roseana, o senador Antonio Carlos Magalhães (BA) e o presidente nacional da legenda, Jorge Bornhausen (SC), estão empenhados na candidatura de Ciro Gomes.

Serra tem a preferência de dez diretórios e de líderes como o vice-presidente da República, Marco Maciel (PE), e o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. "Se depender de mim, já está resolvido. Vamos apoiar a candidatura de Ciro Gomes", disse Tavares, que não fala sem procuração do clã Sarney. O detalhe é que seu principal adversário no Estado é o ex-prefeito de São Luís Jackson Lago (PDT), candidato da Frente Trabalhista.

Desde que sua pré-candidatura à Presidência foi soterrada por suspeita de participação em irregularidades envolvendo a extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam, Roseana tem demonstrado preferência por Ciro. "Defendemos seu nome desde o início", afirmou a ex-governadora.

DÚVIDA - Apesar do apoio público, ainda há dúvidas em relação à posição de outros membros do clã, o que dá margem para os adversários afirmarem que a família está exercendo uma suposta antiga prática, a de ter representantes apoiando todos os candidatos, para ficar em boa posição independentemente do resultado.

O senador José Sarney (PMBD-AP) disse que estava indefinido entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro, na última vez em que se pronunciou sobre o assunto. Já o ex-ministro José Sarney Filho, que tentou um "acordo de paz" entre Serra e os Sarney, comentou apenas que o apoio a Ciro é uma opinião pessoal de Tavares e Roseana.

Ontem em campanha em Rio Branco, no Acre, Ciro anunciou que não irá reativar nem a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) nem a Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), extintas em maio do ano passado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Para mim, a Sudene morreu. E a Sudam, a mesma coisa", disse Ciro. O candidato não detalhou seus planos para o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, propondo apenas a criação de "algo novo". Nos compromissos do candidato em Rio Branco, mais uma vez a grande estrela foi a atriz Patrícia Pillar, com quem o candidato namora.

Patrícia distribuiu sorrisos e simpatia à multidão que se espremia para vê-la. Durante discurso que fez depois de uma carreata, Ciro firmou que seu avô havia sido soldado da borracha no Estado e abriu espaço para que Patrícia também se dirigisse às pessoas.

Ontem, Ciro teve compromissos políticos também em Roraima e no Amazonas. Em seguida, Ciro seguiu para Boa Vista (RR) onde participa de uma carreata e inaugurou um comitê eleitoral. O presidenciável fez ainda uma caminhada no centro da cidade.


Garotinho lança bônus de R$ 1
PORTO ALEGRE- O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, vai lançar hoje o bônus de R$ 1, a "campanha do real contra o bilhão". O lançamento será às 9h, na Baixada Fluminense, no Rio. O anúncio foi feito hoje pelo ex-governador, durante visita em Ijuí, no Rio Grande do Sul.

"Acredito que quem comprar o bônus é por que quer um País diferente, construído pelo povo e para o povo. Temos que inverter o eixo de acumulação de riqueza do sistema financeiro para o sistema produtivo. É preciso acabar com a ganância do sistema financeiro", defendeu.

Segundo a assessoria do candidato do PSB, Garotinho voltou a criticar o governo de Fernando Henrique Cardoso e disse que é preciso mudar o atual modelo econômico e investir numa política que aposte no crescimento. "Os bancos ganharam uma fortuna durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Quem perdeu? A indústria, a agricultura. Por isso, é que defendo uma mudança de paradigma. Meu compromisso é com o crescimento, com o emprego e com a elevaçãodo poder de compra dos trabalhadores", afirmou.

Garotinho, disse ontem em Porto Alegre que já se sente vitorioso por estar com "10% nas pesquisas eleitorais". Segundo ele, sua campanha "com pouco dinheiro e um partido pequeno" consegue resultados significativos perto, por exemplo, dos resultados obtidos pelo tucano José Serra que, de acordo com Garotinho, conta com a máquina do Governo.

Questionado se isso significava que ele estava satisfeito com os patamares atingidos nas pesquisas, ele disse: "Em primeiro lugar, eu não acredito que tenha o que as pesquisas indicam. As pesquisas estão adotando uma metodologia que é correta do ponto de vista científico, mas não tem o ingrediente novo". Segundo ele, "em uma pesquisa com 2.000 entrevistados, se 17% da população é evangélica, você deveria ter ouvido no mínimo 17% de evangélicos".


Lula enfoca desemprego
BRASÍLIA - O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, planeja fazer na terça-feira, dia 23, em Brasília, o lançamento de mais uma versão do programa de governo e do primeiro caderno temático da campanha, que tratará da questão do emprego. Segundo a coordenação de campanha de Lula, esse caderno foi intitulado de "Mais e Melhores Empregos". O teor do discurso de Lula na cerimônia vem sendo anunciado pela equipe como de grande impacto, e o objetivo é mudar o enfoque da discussão econômica, hoje centrada no nervosismo do mercado financeiro.

O petista dirá que nas cinco décadas após a 2ª Guerra Mundial o Mundo mudou de forma dramática para milhões de pessoas e que, nunca como antes, os povos tiveram ao alcance os instrumentos da democracia, do conhecimento, da educação e da tecnologia para avançar. Portanto, se vencer a eleição, reforçará os mecanismos para investimentos estrangeiros no Brasil, para que haja cada vez mais novos empregos.

O capital externo, deverá afirmar Lula, receberá oestímulo necessário para ajudar no crescimento das exportações, a substituição competitiva de importações, a expansão e integração da indústria de bens de capital e o fortalecimento da capacidade tecnológica do País. Assim, será possível desenvolver o mercado brasileiro, com a criação de empregos e geração de renda, revitalizar o conjunto da economia e oferecer bases sólidas para as exportações.

Lula falará que, emergencialmente, atuará em duas frentes que poderão garantir o emprego imediato: investimentos no consumo de massa, principalmente alimentos, e grandes programas na área de habitação e saneamento, o que garantiria emprego para a mão-de-obra desqualificada.

Houve divergências internas no PT quanto à oportunidade de divulgação do programa de governo, mesmo que ainda em versão preliminar. Uma ala defendia que fosse feita a conta-gotas, para gerar fatos políticos seguidos, semana a semana; outra, que fosse tudo num pacote só. Venceu a última.


Serra reforça comitê central
BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra, negou ontem a possibilidade de mudanças na coordenação política de sua campanha, hoje sob a responsabilidade do deputado mineiro Pimenta da Veiga, mas as evidências indicavam que o clima ainda é de turbulência. Pimenta não chegou com Serra em Belo Horizonte, não o acompanhou na visita ao comitê de campanha nem participou de caminhada com o candidato pelas ruas da cidade.

O ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, Euclides Scalco, voltou a ser cotado para a coordenação política da campanha tucano, mas tanto ele quanto Serra negaram essa possibilidade. José Serra confirmou apenas que o comitê central de campanha em Brasília ganhará o reforço, a partir da semana que vem, de seu amigo e ex-auxiliar no Ministério da Saúde, João Roberto Vieira, atual secretário de Comunicação de Governo na equipe do presidente Fernando Henrique Cardoso. Bob, como é conhecido, assumirá a coordenação de comunicação e imprensa da campanha deSerra, esvaziando assim, o trabalho da jornalista Andrea Gouveia Vieira, que está no comando desta área desde a instalação do comitê.

"Não há nenhuma mudança na coordenação política; a coordenação política é a mais importante da campanha e ela vai continuar como está, sob o comando de Pimenta da Veiga", disse Serra ontem em Belo Horizonte. "Apenas irá uma pessoa a mais para a área de comunicação, todo o resto é fofoca. A campanha continua no rumo".

Tucanos e assessores de Governo confirmaram durante o dia de ontem que o paranaense Euclides Scalco havia sido novamente sondado para colaborar diretamente na campanha. O próprio presidente Fernando Henrique Cardoso teria tratado do assunto com Scalco, mas ele não avançou. "Jamais se pensou na hipótese, nem mesmo remota, de Euclides Scalco deixar o Governo para vir para a campanha. É mais uma fofoca", disse Serra. "Não vou sair daqui e nem posso trabalhar na campanha, mesmo que informalmente; não se pode sentar em duas cadeiras ao mesmo tempo", justificou Scalco.


Juruna será sepultado hoje no MT
BRASÍLIA - O corpo do cacique e ex-deputado federal Mário Juruna foi transportado ontem por um avião bimotor da Funai de Brasília até a aldeia xavante Barreirinha, no município de Barra do Garças, no Mato Grosso. A Funai dividiu as despesas de internação e sepultamento do índio com a Fundação Nacional de Saúde. O enterro de Juruna deverá ocorrer hoje de manhã, na aldeia da família. O ex-governador Leonel Brizola acompanhou o traslado do corpo até MT.

Durante o velório de Juruna, no Salão Negro da Câmara, representantes de várias tribos indígenas, entre eles o cacique Raoni, e o vereador por Mato Grosso Jeremias Itiriate, reclamaram do descaso da Funai em relação aos indígenas e da possibilidade de ser sancionado um projeto de autoria do senador Romero Jucá (PSDB-RO) que regulamenta as atividades de mineradoras em terras ocupadas por tribos indígenas. O presidente da Funai, Otacílio Antunes reagiu às críticas afirmando que a instituição tem "se esforçado" para neutralizar as ações contrárias aos desejos dos índios.

Ele disse que é interesse do Governo regularizar as atividades das mineradoras, mas a decisão final caberá a instâncias superiores. "O governo estará acompanhando todas essas ações e a Funai, no controle". Se o projeto for sancionado, a Funai terá que fazer uma reestruturação no órgão," afirmou.

Há um ano, em conversas com amigos, Juruna disse que se sentia cansado e doente e queria morrer. Juruna estava internado há uma semana no Hospital Regional da Asa Norte e na segunda-feira foi transferido para a UTI do Hospital Santa Lúcia. Ele 12 filhos de dois casamentos, o primeiro com uma índia xavante e o segundo com Doralice, de quem também estava separado.


TRE define ordem do guia no rádio e TV
Horário gratuito começa dia 20 de agosto com os candidatos a deputado federal e a presidente

A ordem de aparição dos partidos e coligações no primeiro dia do guia eleitoral - 20 de agosto - está definida. O sorteio que decidiu a seqüência da apresentação para rádio e TV foi realizado ontem pelos juízes da propaganda eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Como o dia 20 cai numa terça-feira, o horário de propaganda gratuita será dividido entre os candidatos a presidente - cuja ordem ainda será definido pelo TSE - e a deputado federal. No total, o guia, que se estenderá até o dia 03 de outubro, terá dois períodos de 50 minutos diários nas rádios (das 7h às 7h50 e das 12h às 12h30) e TVs (das 13h às 13h50 e das 20h30 às 21h20).

O PTC será o primeiro a partido a veicular seu programa. A Frente de Esquerda (PT/PL/PMN/PCB/PCdoB/ PST), a última. No dia seguinte (21, quarta-feira), serão mostradas as propagandas para governador, senador e deputado estadual. O PSTU abre o guia para o Governo do Estado e a coligação União Por Pernambuco (PSDB/PMDB/ PFL/PPB) o encerra. Para o Senado,o programa começa com o PPS e termina com a Frente Popular das Oposições de Pernambuco (PSB/PRTB/ PRP/PTdoB). Para deputado estadual, o horário será ocupado inicialmente pelo PSC e concluído pelo PGT.

Os concorrentes à Presidência e à Câmara Federal, serão vistos sempre às terças, quintas e sábados. Cada cargo fica com 25 minutos. Segundas, quartas e sextas-feiras serão exibidos programas dos postulantes a senador, governador e deputado estadual.

Cada cargo ficará com dez, 20 e 20 minutos, respectivamente.

O tempo a que cada partido e coligação terá direito só será definido no próximo dia 26.

A distribuição será feita por computador, através do sistema Horário Eleitoral 2002 (HE2002), do TSE. Todos as legendas e alianças, indiscriminadamente, têm direito a 1/3 dos 50 minutos. Os 2/3 restantes serão divididos entre siglas e frentes de acordo com o número de representantes na Câmara Federal. Portanto, a soma das bancadas federais das diversas legendas da União Por Pernambuco permitirá que a coligação fiquecom o maior tempo da propaganda no Estado (estima-se que serão 14 minutos) .

O TRE-PE definiu ontem também a veiculação de inserções em rádio e TV às quais todos os partidos e alianças terão direito gratuitamente durante o tempo em que o guia estiver no ar. As inserções totalizarão 30 minutos e serão exibidas em peças de 30 segundos em quatro períodos distribuídos entre 8h e a meia-noite.


Artigos

O paletó e o decoro parlamentar
Edvar Gimenez de Oliveira

Durante a realização da Copa do Mundo, o senador Eduardo Suplicy tirou seu paletó enquanto se pronunciava na tribuna do Congresso e estampou,com orgulho, a camisa da Seleção brasileira. Esse ato foi amplamente divulgado e o curioso é que falou-se na possibilidade de cassação de mandato por falta de decoro parlamentar.

Segundo o Aurélio, decoro é "correção moral, compostura decência, dignidade, nobreza, honradez,brio..." Se decoro é isso, por que o ato do senador poderia ser considerado falta de decoro? Seria porque o uso do paletó é obrigatório naquela Casa e, portanto, tirá-lo significou desobediência?

O paletó, do francês paletot, surgiu no início do Século XIX, mas foi a partir do início do Século XX que ganhou o formato dominante em nossos dias e passou a ser classificado, em nossa cultura, como a vestimenta mais adequada para ocasiões formais. Até aí nenhum problema, pois o uso de vestimentas pelos seres humanos não ocorre somente para proteger nossos frágeis corpos do frio, do calor, so sol, da chuva, do vento, do tempo, enfim. Moisés, por exemplo, em sua narrativa da criação, justifica o uso de roupas por razões morais (Gênesis, 3,11,21) e posteriormente, pelas mesmas razões, as utiliza para diferenciar homens de mulheres (Deuteronômio 22.5). As roupas, portanto, podem ser usadas, dentre outros, para desestimular ou estimular a sensualidade; para diferenciar gênero, profissão e funções sociais; para simbolizar poder e prestígio ou, simplesmente, para possibilitar inserção em determinados grupos ou segmentos sociais. Isso tanto é verdade que,por exemplo, o presidenciável Lula passou a usar paletó para ser aceito pelas elites, enquanto José Serra tirou-o para conquistar as camadas mais populares. É o paletó sendo usado simbolicamente. A pessoa parece, mas nem sempre é!

Curioso, entretanto, é associar o uso do paletó ao decoro. Curioso porque decisões político indecorosas que causam profundos prejuízos à maioria das populações são tomadas justamente por homens de paletó. Tais decisões não nos chocam como os seqüestros, os estupros ou assaltos seguidos de morte porque seus efeitos, conquanto danosos,geralmente são mensurados posteriormente, através de estatísticas, sem qualquer influência no "ibope" das empresas de comunicação. Escândalos financeiros que envolvem milhões, são praticados por homens que vivem escondidos dentro de um paletó. Dentro de um paletó,em determinados segmentos religiosos, líderes tratam seus fiéis como ovelhas,manobrando-as ou tirando-lhes o dinheiro como se fosse lã. Dentro de um paletó parcela significativa de representantes políticos se agride com palavras indecorosas,se locupleta com a miséria alheiA, se beneficia da máquina, do poder e do dinheiro público e é reverenciada pelo status concedido por nós, através do voto, status reforçado pela aparência de formalidade e integridade de seus decorosos (ou decorativos?) paletós.

Se a cultura vigente diz que paletó é o traje da respeitabilidade porque não tirar proveito desse equívoco cultural do século passado? Se o essencial na política - o respeito ao cidadão - tem sido invisível aos olhos, nada melhor do que um belo paletó para disfarçar! E, se além disso, ainda se pode rechear o contracheque com um bom, e esse sim, indecoroso "auxílio-paletó", melhor ainda! Assim raciocina boa parte dos homens que agora estão correndo atrás do seu e do meu voto.

Estamos em período eleitoral. Prestemos atenção aos paletós, pois dentro deles estarão aqueles que, legalmente, vão decidir os rumos do País nos próximos anos. Tiremos os paletós deles agora para enxergar um pouco melhor suas almas, e, quem sabe, melhorar a qualidade dos nossos representantes.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Votar e ser votado
Por trás da censura ao PPS de Alagoas porque a legenda se coligou com o PRTB do ex-presidente Fernando Collor, há uma grande hipocrisia. Daí não ter credibilidade a indignação de pós-comunistas e alguns aliados, que se manifestam contra a união das duas siglas, em tese, para eleger os proporcionais do partido naquele Estado. Na verdade, isso é só uma desculpa para não admitir que, na prática, existe sim uma aliança real com Collor, candidato ao Governo do Estado e com chances de ganhar. O que não é novidade para ninguém, muito menos para Roberto Jefferson, (PTB-RJ), ex-integrante da tropa de choque do ex-presidente. Nem para o presidente do PTB, José Carlos Martinez (PA), que nunca escondeu seu apoio a Collor e avalizou a coligação com o PRTB alagoano. Se o candidato à Presidência pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes, não imaginou que, em algum momento da campanha, seu nome se cruzaria com o de Collor, por conta do PTB, é grave. Pois na hora em que se aliou à legenda trabalhista ficou bem claro que isso poderia acontecer. E não ficar nesse chove-não-molha que não leva a lugar algum. Se os pós-comunistas parassem para pensar melhor, já teriam notado que os eleitores sabem que a história de Ciro não é a história de Collor, como mostram as pesquisas. Além do mais, o ex-presidente foi julgado, condenado, cumpriu a pena que recebeu e readquiriu seus direitos políticos. Agora pode votar e ser votado como acontece em toda democracia, mesmo que tenha sido estigmatizado pelo processo de impeachment, que o fez renunciar para não ser cassado.

A entrevista que Sérgio Guerra (PSDB) deu ao DIARIO e que será publicada segunda-feira, deve causar um grande rebuliço nos meios políticos. As declarações do candidato a senador vão surpreender bastante governistas e oposicionistas

Candidato
Paulista terá um candidato a federal. O vereador e empresário Amauri Pinto disputará uma vaga na Câmara dos Deputados, pelo PSB de Arraes, e será o único concorrente no município que terá nove candidatos a deputado estadual.

Bandeiras
Renildo Calheiros (PCdoB), candidato a federal, e o presidenciável José Serra (PSDB) já ocuparam a maioria dos postes da Avenida Boa Viagem com suas bandeiras de campanha. Quem quiser utilizar os que sobraram, vai ter que correr ou perderá um bom lugar para colocar sua propaganda eleitoral. Com permissão do TRE.

Votos 1
Sérgio Guerra, do PSDB (foto), transferiu para outros candidatos os votos que teria na Zona da Mata Norte do Estado, porque em vez de renovar o mandato ele vai disputar uma vaga no Senado, na chapa de Jarbas Vasconcelos.

Votos 2
Guerra indicou Ricardo Fiúza (PPB) para Carpina, Lagoa do Carro e Araçoiaba; Severino Cavalcanti (PPB) para Lagoa de Itaenga; José Múcio Monteiro (PFL) para Nazaré e Armando Monteiro Neto (PMDB) para Vicência.

Oposição
A Frente das Oposições, que tem como candidato a presidente da República Anthony Garotinho, também está coligado ao PRTB do ex-presidente Fernando Collor, junto com o PRP e o PTdoB. Na maior discrição.

História
Marco Maciel concorda com a vinculação do candidato José Serra (PSDB) ao Governo e ao presidente mas questiona a viabilidade da presença de FHC no palanque tucano, alegando que "não há precedentes disso na história republicana". Vai ter agora, presidente.

Comitê 1
João Negromonte (PMDB) e José Múcio (PSDB), inauguram o comitê central conjunto, hoje, marcando o início da campanha rumo à renovação de seus mandatos. Na praça de Casa Forte, 331, a partir das 18h.

Comitê 2
Isaltino Nascimento (PE) também abre seu comitê eleitoral, hoje, às 19h, para reforçar a campanha por uma vaga na Assembléia. Na Rua do Hospício, 1009, esquina com a avenida Mário Melo, na Boa Vista.

Paralelo
Pedro Eurico, do PSDB (foto), acha que o Governo do Estado deve negociar com os kombeiros mas não pode recuar:" Essa é uma questão de segurança e ordem pública, não se pode admitir o império da baderna. Corporativistas quando se armam, cria-se o Estado paralelo que é uma afronta à democracia".


Editorial

NOTÍCIA ALVISSAREIRA

Desde que foi criado há dois anos e meio, o euro não ficava tão forte em relação ao dólar. A valorização da moeda européia se deve a diferentes fatores que afetam os Estados Unidos. Um deles, o déficit em conta corrente cujo financiamento exige US$ 1 bilhão de recursos externos por dia. Outro, o saldo negativo no orçamento público, que deverá fechar o exercício fiscal, em setembro, com rombo de US$ 165 bilhões.

Tal como nos países emergentes, os resultados negativos na balança comercial e nos gastos do governo jogaram uma nuvem de suspeição sobre a saúde da economia americana. A sucessão de fraudes contábeis de grandes empresas do país agravou a situação. Criou-se um clima de desconfiança. Os grandes investidores estrangeiros buscaram portos mais seguros. No momento, os da União Européia. A remuneração do capital em território do Velho Mundo é superior à oferecida nos Estados Unidos.

É prematuro afirmar que a ascensão do euro frente ao dólar constitui fato permanente. O valor relativo das moedas reflete apujança da economia das nações. A americana está saindo de recessão registrada desde meados do ano passado. Alan Greenspan, presidente do banco central dos Estados Unidos, afirmou na terça-feira, em depoimento ao Senado, que a saúde das empresas do país, hoje, apresenta expressiva melhora em relação ao início do ano.

Não faltam razões para o otimismo de Greenspan. De um lado, as vendas acabaram com o excesso de estoques e deram certo alívio ao comércio. De outro, vislumbra-se a perspe ctiva de retorno aos lucros. Nos dois últimos semestres, a produtividade registrou aumentos de 7% ao ano e a indústria mobiliária experimentou expressivo impulso.

Mais: o encarecimento das importações americanas decorrente da queda do dólar vem ao encontro da necessidade de cobrir o déficit em transações correntes do país, que gira em torno de US$ 410 bilhões. Baseado nos acenos positivos, o Fed prevê a expansão de 3,5% a 3,75% do produto interno americano em 2002.

Costuma-se dizer que, quando os Estados Unidos espirram, oresto do Mundo tem pneumonia. A recuperação da economia americana é notícia alvissareira para a Europa, a Ásia e a América. A maior potência do planeta é também o maior importador do Mundo. Os exportadores - incluído o Brasil - só têm a ganhar com o fim das aflições do gigante do norte. Sem isso, o risco de a recessão se espalhar pelos cinco continentes torna-se mais concreto.


Topo da página



07/19/2002


Artigos Relacionados


Ciro anuncia apoio 'irrestrito' a Lula

Ciro Nogueira pede apoio de Sarney para conclusão da BR-222

Ciro Nogueira propõe a implantação da 'bolsa-família verde'

PTB sonha com PFL no apoio a Ciro

PDT ameaça retirar o apoio a Ciro

Lula tem apoio de Ciro e Brizola