FAO pede alternativas para que alta dos preços não afete populações pobres



A ameaça de que mais pessoas passem fome no mundo, em decorrência da alta dos preços dos alimentos, fez com que o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) recomendasse aos os 75 países membros da organização que busquem alternativas para driblar a carência provocada pela elevação dos preços dos alimentos, principalmente dos grãos: trigo, milho e arroz.

 

A decisão foi divulgada na última sexta-feira (24), em Roma. As recomendações se baseiam nas orientações do grupo que analisa Segurança Alimentar Mundial. O objetivo é fazer com que cada país apresente sua proposta para contornar os efeitos das altas dos preços.

 

De acordo com a FAO, os mais atingidos pela alta dos preços são os países importadores de trigo, onde o produto é a base da alimentação. Com isso, os mais afetados devem ser os países do Oriente Médio e Norte da África, no caso o Egito que é o maior importador do mundo, além de áreas específicas na Ásia e na América do Sul.

 

O impacto do aumento dos preços internacionais do trigo para os consumidores dependerá das políticas em vigor nos diferentes países, segundo a FAO. Por enquanto, nos países da América Latina, os preços do trigo permanecem estáveis. Mas nos países da região da América Central, os preços do milho, que é a base da alimentação, sofreram aumentos.

 

A situação mais grave foi registrada em Moçambique, na África, onde o preço do trigo aumentou cerca de 30% provocando alta no valor do pão e gerando vários protestos nas ruas das principais cidades do país. Na Ásia a situação também é considerada grave, como no Afeganistão, que registrou alta de 24% na farinha de trigo, na Mongólia foi de 23%, em Bangladesh, 21% e no Paquistão, 8%.

 

Apenas em julho, o preço do trigo subiu, em média, de 60% a 80%, enquanto o valor do milho aumentou aproximadamente 40%. O arroz aumentou apenas 7%, segundo dados da FAO. A alta dos preços foi provocada por uma série de fatores, como seca em algumas regiões, e chuva em outras.

 

Pela previsão da empresa Crop Prospects, que atua em parceria com a FAO, a produção de grãos este ano deve cair em 1% em comparação a 2009. A estimativa é de produção de 2.239 milhões de toneladas de grãos. O relatório da companhia analisou a importação de cereais de 77 países apontados como mais pobres, de baixa renda e registros de déficits negativos.

 

Fonte:
Agência Brasil



27/09/2010 12:37


Artigos Relacionados


ONU alerta que alta dos preços dos alimentos deve afetar ajuda às populações pobres

Raupp pede crédito a tempo para que produtor se beneficie da alta de preços do café

Papaléo critica prejuízos às populações pobres da Região Norte resultantes da privatização do Sistema Telebrás

Maria do Carmo pede socorro para populações de Sergipe

Mão Santa pede socorro urgente para populações flageladas do Piauí

Preços em alta na habitação elevam o IPC para 0,34%