Raupp pede crédito a tempo para que produtor se beneficie da alta de preços do café



A previsão de melhores cotações para o preço da saca de café na comercialização da safra 2003/2004, que pelos cálculos dos analistas devem atingir US$ 100 contra os atuais US$ 81, deve contribuir para reforçar os saldos comerciais do país e aumentar a renda do produtor, possibilitando maiores investimentos na cafeicultura nacional.Essa avaliação foi transmitida pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO) nesta sexta-feira (30), em seu pronunciamento, solicitando que as instituições bancárias oficiais liberem crédito a tempo para que o produtor não tenha que vender antecipadamente a sua colheita.

Observou, no entanto, que o país tem que estar atento ao "perigo das altas exageradas de preços, que podem motivar um aumento descontrolado da área plantada, causando crise semelhante à que o setor cafeeiro experimentou entre 1998 e 2002, quando a saca registrou US$ 40,05, o pior preço da história". As expectativas indicadas pelo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são "otimistas", com a marca recorde de 129,6 milhões de toneladas - um aumento de 5,5% em relação à safra anterior.

Raupp ressaltou ainda que o agronegócio brasileiro, tão importante para a geração de emprego e renda, precisa de maior apoio do governo federal para a solução de problemas como as invasões de propriedades, a legislação deficiente, o baixo índice de mecanização e as controvérsias envolvendo as questões ambientais como a "novela" da soja transgênica.

O senador de Rondônia lembrou que a produção de grãos atingiu o recorde histórico de 123 milhões de toneladas em 2003 e que as exportações do agronegócio (US$ 30,6 bilhões) contribuíram para construir o maior superávit comercial da história do país (US$ 25,8 bilhões).

- São números excepcionais, com enormes benefícios para a economia nacional - comentou Valdir Raupp.

Ele lembrou o sucesso alcançado em seu Estado, onde a cadeia produtiva da pela cafeicultura já responde pela geração de mais de 80 mil postos de trabalho. Apesar do cultivo ser relativamente recente - menos de 50 anos -, Rondônia já figura, segundo o senador, entre os cinco maiores produtores nacionais, com uma estimativa da Conab de colher 2,1 milhões de sacas este ano.



30/01/2004

Agência Senado


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