Fátima Cleide lembra massacre de Corumbiara



Defendendo a necessidade de uma reforma agrária no Brasil, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) lembrou o episódio que ficou conhecido como o massacre de Corumbiara, ocorrido há oito anos, no dia 9 de agosto, em Rondônia. A Polícia Militar, recordou a senadora, pretendia cumprir ordem judicial de desocupação na Fazenda Santa Elina, onde havia 165 barracos de integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No confronto, nove trabalhadores sem-terra e dois policiais militares morreram.

- Trabalhadores rurais, impotentes, já imobilizados pela PM, foram impiedosamente torturados, espancados, submetidos a galhofas e tratamento desumano - afirmou.

A reforma agrária, ressaltou Fátima - dizendo que estava -repetindo um chavão- - é questão social, não polícia. A senadora explicou que não estava excluindo o direito de propriedade, mas pedindo e alertando aos aparatos policiais de segurança, -moldados para garantir a segurança de bens materiais, que incutam em suas tropas o conceito de garantir a segurança da vida-.

Fátima disse esperar que a Comissão Parlamentar de Inquérito do MST investigue também as -ações espúrias- dos latifundiários, bem como as fraudes e a corrupção nos cartórios, as ameaças de morte e os assassinatos no campo. Ela sugeriu que os parlamentares da CPI visitem os acampamentos do MST e procurem pelos -milhões de dólares que as milhares de famílias sem terra estão juntando para depositar no exterior- ou o -arsenal de guerra, desses que o narcotráfico usa, de competência exclusiva do Exército, para fazer revolução-.

- É hora de desarmarmos os espíritos, apesar de tantas brutalidades contra os pobres do campo, pois o Brasil não cresce há 20 anos e não promove distribuição de renda há pelo menos 30 anos. E, para a erradicação da fome, a reforma agrária é imprescindível - concluiu.



15/08/2003

Agência Senado


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