Fatos atuais demonstram necessidade de uma profunda análise sobre o país, afirma Pedro Simon



Ao discursar nesta terça-feira (15), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o momento vivido pelo Brasil - em especial as conseqüências da chamada Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF) - demonstram a necessidade de os governantes e a população fazerem "uma análise profunda" do país.

Para Pedro Simon, muito já foi debatido sobre a operação da PF, as pessoas presas e as atitudes do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O senador disse acreditar que a PF cumpriu sua missão e que o presidente do STF merece "respeito e credibilidade".

- Pode-se concordar, divergir, mas não se pode deixar de reconhecer a credibilidade que sua excelência merece - ponderou.

Pedro Simon questionou as razões de a prisão de um "grande banqueiro" merecer ser manchete da maioria dos jornais e a de uma pessoa pobre não ter a mesma atenção.

- O que deve talvez chamar a atenção é a raridade. Por que quando um preso da favela é algemado, quando um menino de rua é algemado e preso, não aparece na manchete de jornal? Porque isso é a rotina, isso é o dia-a-dia, todos os dias acontece isso. Por que o dono do banco apareceu na manchete? Por causa da raridade. Era um fato tão raro. Nunca tinha acontecido. Por isso, foi manchete - avaliou.

Na opinião de Simon, é a hora de o Brasil "avançar no esquema de que haja justiça para todos e não para alguns". No encontro desta terça (15), entre o presidente da República, o presidente do STF e o Ministro da Justiça, deveriam, na opinião do senador, ser discutidos assuntos mais amplos e importantes, como o "contexto geral da aplicação da Justiça, das penalidades e da impunidade" no Brasil e não apenas as conseqüências da Operação Satiagraha.

- O Brasil vive um momento em que nós temos de aproveitar para realmente tentar passar este país a limpo. Vamos topar a parada. Vamos imitar a Itália com a "Operação Mãos Limpas". Vamos fazer uma análise profunda e real das coisas que aconteceram. Vamos fazer uma reformulação na legislação brasileira que existe de mentirinha porque, na verdade, nós sabemos que punir em definitivo nunca acontece com relação a muitas pessoas - afirmou.

Para Simon, os presos pela Operação Satiagraha deveriam falar o que sabem sobre seus envolvimentos em supostas irregularidades nos governo Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.



15/07/2008

Agência Senado


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